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Compare as enchentes de 1983, 2014 e deste ano em Canoinhas e região

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Mais de 4 mil pessoas estão desalojadas em Três Barras e quase 700 em Canoinhas

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O cenário atual decorrente das condições climáticas que assolam o Estado de Santa Catarina e, no Planalto Norte, as cidades de Canoinhas, Três Barras, Porto União e Mafra, resultou em diversas famílias desabrigadas devido a enchentes, além de danos materiais em várias propriedades por conta de destelhamentos, desabamentos e mesmo a completa destruição em plantações em decorrência dos ventos fortes.

A ENCHENTE DE 1983

O ano de 2023 marca o “aniversário” de 40 anos da histórica enchente de 1983, que também afetou não só a região, mas o Estado de Santa Catarina de maneira mais ampla. À época, os danos causados pelas condições climáticas foram tidos como partes de um grande colapso que afetou Canoinhas em diversos âmbitos, incluindo o fato de que muitas famílias de áreas do interior do município ficaram até mesmo sem alimentação, por conta da dificuldade de acesso às localidades interioranas pelo período de quase um mês.

Registros do jornal Correio do Norte apontam que o nível do rio Canoinhas já tinha 7 metros acima do normal em maio de 1983. No texto que abre a edição do Correio do Norte de 14 de maio de 1983, com a manchete “Chuvas contínuas infernizam a vida da população”, há a informação de que o prefeito José João Klempous já teria autorizado a remoção de algumas famílias de áreas de risco, especialmente no bairro Campo d’Água Verde (hoje distrito), para que fossem realocadas em outras áreas.

“No interior do município a situação é ainda mais calamitosa, já que os agricultores estão impossibilitados de trabalhar nas lavouras, que estão em algumas regiões totalmente inundadas, e outras vezes, por causa do verdadeiro caos existente nas estradas, que não dão condições de tráfego”, diz o texto do Correio do Norte, em 14 de maio de 1983.

Reprodução


Duas edições depois, no 28 de maio de 1983, o jornal Correio do Norte traz o dado de que as fortes chuvas já haviam desabrigado ao menos 500 pessoas em Canoinhas e Três Barras, sendo que 300 delas estavam em abrigos cedidos pelas prefeituras. Os números também apontam para 170 casas inundadas e o texto aborda uma campanha de arrecadação, iniciada pela Defesa Civil e pela própria Prefeitura de Canoinhas, para auxiliar as famílias desalojadas com alimentos, roupas, remédios e cobertores.

Em relação à produção agrícola, a edição do jornal informa ainda sobre um telex enviado pelo presidente da Associação Comercial e Industrial de Canoinhas, à época Miguel Procopiak, enviado ao governador do Estado, comunicando sobre a “precária situação do município face as intensas chuvas”. O texto de Procopiak cita ainda que os acontecimentos climáticos da ocasião foram “criando no agricultor uma expectativa de desânimo”.

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Na edição de 18 de junho de 1983 do Correio do Norte, mais de um mês após os primeiros registros de estragos decorrentes das chuvas que assolavam a região, a notícia era de que o então governador do Estado, Espiridião Amin, havia entregue diversos cheques no valor de 20 milhões e 500 mil cruzeiros a prefeituras de cidades afetadas pelas condições climáticas.

Nesta mesma data, 50 das 500 pessoas noticiadas como desalojadas em edições anteriores, permaneciam no abrigo municipal organizado no salão de festas da Igreja Perpétuo Socorro.

Ao final do mês de agosto de 1983, ainda havia, no jornal Correio Norte, notícias ou menções a fortes chuvas, enchentes ou mesmo relatos de auxílio a famílias atingidas pelas condições climáticas que tiveram início em maio daquele mesmo ano.

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A ENCHENTE DE 2014

Os meses de junho e julho de 2014 foram de preocupação e tristeza para centenas de famílias da região. Uma enchente, resultado de três dias de chuva intensa, alagou mais de 40% de Três Barras e atingiu 15 mil pessoas. Já em Canoinhas, mais de 2.200 pessoas foram afetadas pela cheia.

O rio Canoinhas, que passa pelos dois municípios, chegou à marca de 7,99 metros no dia 13 de junho. Esta foi a maior cheia em 30 anos na história da região, apenas perdendo para a grande enchente de 1983. Porém, em número de atingidos, superou. Em 1992, quando o desastre também foi grande, de acordo com o arquivo do jornal Correio do Norte, o nível máximo registrado foi de 7,62 metros.

Relembre a enchente de 2014 na região em vídeo feito pela Ferpa Filmes e fotos:


OS REGISTROS DE 2023

Foi na madrugada de quarta-feira, 4, que as condições climáticas do Planalto Norte catarinense passaram a trazer danos para a população de Canoinhas e região. Nas primeiras 24 horas, os índices de chuva já teriam ultrapassado acumulados de todo o mês de setembro, sendo quase 150 milímetros de água.

Pouco mais de uma semana depois, os registros desta sexta-feira, 13, apontam que a situação no Estado é de 144 municípios com registros de ocorrências por conta das chuvas, sendo que 113 já declararam situação de emergência, incluindo os municípios de Canoinhas, Três Barras, Mafra, Papanduva, Itaiópolis, Monte Castelo, Irineópolis, Major Vieira e Bela Vista do Toldo.

Canoinhas e Três Barras organizaram abrigos municipais para receber famílias que tiveram de deixar suas casas por conta de inundações e, ambos os municípios, estão arrecadando doações para os desalojados; desde materiais de higiene pessoal, até mesmo alimentos. Os índices do rio Canoinhas na sexta-feira, 13, ultrapassaram os 8,8 metros (neste domingo, 15, esta em 8,57m), o que faz com que a enchente deste ano supere a de 2014, se tornando, portanto, se levarmos em consideração o nível do rio, a segunda pior enchente em 40 anos.

Até o momento, o número de desalojados em Três Barras é de 4.327 pessoas, número muito superior aos dados registrados pelo jornal Correio do Norte em junho de 1983, que era de aproximadamente 200 pessoas. Em Canoinhas, mais de 700 pessoas estão fora de casa. Cinco locais estão recebendo famílias que foram atingidas pela enchente.



PREVISÃO DO TEMPO

A Epagri Ciram, órgão que monitora as condições climáticas em Santa Catarina, informa que deve continuar chovendo em Canoinhas e região. Outubro já acumula quase 400 milímetros de chuva, o esperado para pelo menos três meses.

Neste domingo, 15, volta a chover, com previsão de 2 milímetros. A chuva segue forte na segunda-feira, 16, com 15,1 milímetros. A temperatura sobe, ficando entre 15 e 22 graus.

Na terça-feira, 17, mais chuva. A previsão é de 5,4 milímetros.

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