Minissérie baseada em fatos tem ótimas interpretações
SERIAL KILLER AMERICANO
A TV norte-americana tem muito material real para transformar em dramaturgia. Dificilmente um país supera a quantidade de mentes doentias de assassinos, golpistas e afins. Prova disso está em duas minisséries recém-chegadas ao streaming: Black Bird, da Apple TV+ e Em Nome do Céu, do Star+. Hoje vamos falar de Black Bird e na próxima coluna falamos de Em Nome do Céu.
Estrelada por Taron Egerton (o Elton John de Rockteman), Black Bird mostra um traficante que cai em cana e para se livrar da condenação de 10 anos recebe uma proposta bem peculiar: infiltrar-se em uma prisão de segurança máxima, se aproximar de um interno acusado de ser um serial killer e descobrir onde ele enterrou os corpos de mais de uma dezena de corpos de meninas que ele teria estuprado e assassinado.
Isso de fato ocorreu. Em 1995, Larry Hall (Paul Walter Hauser) foi enviado ao USMCFP Springfield por sequestrar Jessica Roach, uma garota de 15 anos que desapareceu em 1993. Os testemunhos contraditórios do acusado e a falta de provas levaram a suspeita de que ele pudesse ser apenas um maluco querendo holofotes. Mas como provar que ele estava blefando ou falando a verdade?
É quando entra James Keene (Egerton). Com todos os riscos que uma prisão de segurança máxima oferece – do clássico chefão do crime até o policial corrupto -, Keene se aproxima aos poucos de Hall. O plano dá certo, mas entrar em uma mente visivelmente doentia e complexa, não será uma tarefa a ser executada do dia para a noite. À medida que os riscos aumentam, contudo, Keene consegue penetrar neste mente de modo atordoante.
Os seis episódios têm bom ritmo e são enxutos, mas os exageros do desfecho tornam tudo meio inverossímil. Vale, contudo, pela jornada em principalmente, pelas ótimas interpretações da dupla de protagonistas.
