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Buracos valem mais que ideologia em eleição municipal

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Influência de direita e esquerda deve ser quase nula no próximo pleito

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COLUNA DE DOMINGO A revista Veja divulgou na semana passada que Jair Bolsonaro como cabo eleitoral aumenta as chances de o candidato receber seu voto para 29,2% dos entrevistados em pesquisa realizada pelo Instituto Paraná. Para 25,3% essa chance diminui. 42,6% dizem que o apoio do capitão não altera seu voto.

Na outra ponta, 31,6% dizem que o apoio de Lula influencia seu voto para prefeito. 31,3% dizem que diminui e para 35,4%, nada altera.

A realidade já provou a veracidade da pesquisa. Em 2020, mesmo ancorado no forte bolsonarismo em Canoinhas, Willian Godoy (PSD) não emplacou. Coronel Mario Erzinger (PL), notável bolsonarista, foi seu candidato a vice.

Pode-se dizer que o impacto da Et Pater Filium falou mais alto, mas se analisarmos outros pleitos, essa não influência do cenário nacional em pleitos municipais é padrão.

Como escreveu o articulista Hélio Schwartsman na Folha de S.Paulo, “buracos reinam soberanos”. De um modo geral, são os problemas locais que pautam as disputas para as prefeituras e Câmaras de Vereadores. “É claro que em algumas praças, normalmente cidades grandes, em que pelo menos um dos candidatos se identifique fortemente com um dos grandes blocos políticos, poderemos ver ecos do lulismo contra o bolsonarismo, mas na grande maioria dos 5.570 municípios é o buraco na rua e não a posição do Brasil em relação à guerra na Ucrânia que dará o tom. Essa pelo menos tem sido a tendência nos últimos ciclos eleitorais”, escreve o analista.

O eleitor tende a levar a eleição municipal, talvez, mais a sério que a estadual e federal. Isso porque há envolvimento mesmo que indireto nas campanhas. Muitos são visitados pelos candidatos, chamados a opinar e acabam tendo uma participação maior no processo. Evidentemente que um posto de saúde que não tenha médico, mas esteja no seu bairro que, por sua vez, tem ruas intransitáveis por causa de buracos gigantes que já levaram a quebra de um amortecedor, fala muito mais alto que questões abstratas e distantes da realidade do eleitor. Adianta o candidato ser bolsonarista, pregar contra o aborto, vacinas e a educação sexual nas escolas quando se desconfia que ele não tem a menor ideia de como resolver o vasto problema das ruas de chão de batido da cidade quando chove demais?

Da mesma forma, o munícipe está pouco se importando com o inchaço do Estado e as pautas progressistas dos lulistas/esquerdistas. Para ele, o que importa é ter creche para o filho quando precisar sair cedo e voltar tarde do trabalho. Ele quer saber se o CEI vai continuar recebendo seu filho, se ele tem segurança em deixar a criança nas mãos das professoras. É a política pública direta, bancada pelo Município, que importa, algo bem distante de ideologias e discursos de ódio, de um lado e de outro do espectro político. Essa discussão o eleitor tende a deixar para 2026.

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