Mergulhada em corrupção, cidade teve dois prefeitos presos neste mandato
POUCO A COMEMORAR
COLUNA DE DOMINGO Não foi à toa que o prefeito de Bela Vista do Toldo, Valdecir Krauss (UB), não promoveu nenhuma festa para comemorar os 30 anos de emancipação político-administrativa da cidade em 16 de abril. A cidade completa três décadas com o quarto prefeito em menos de quatro anos. O atual mandato começou com Adelmo Alberti, preso por corrupção. Seu vice, Alfredo César Dreher, não aprendeu a lição do mestre e acabou preso, também, acusado de corrupção. O presidente da Câmara, Gilvane Machado, assumiu mandato tampão até que o Legislativo elegesse Valdecir Krauss, prefeito que vem sendo acusado, frequentemente, de estar levando a cidade para o buraco de vez. Só pra se ter um exemplo, na quinta, 2, moradores da Vila Poloninski vão fechar o acesso à localidade para protestar pela péssima condição das estradas. Outras localidades reclamam da mesma situação.
Com um plano de cargos e salários palatável, os professores da rede pública municipal amargaram o arquivamento do projeto a pedido do Executivo. Em contrapartida, a Câmara discute aumento de salário de prefeitos e vereadores para o próximo ano.
Há, ainda, reclamações sobre transporte escolar e no mês passado uma professora escapou de ser atingida por um tiro que passou pela frente do seu rosto. A Secretaria de Educação achou melhor aceitar seu pedido de demissão do procurar o responsável.
Em termos de economia, a cidade é essencialmente agrícola. Mais de 90% da população vive do agro. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) evoluiu da 3.350ª posição entre os 5.570 municípios brasileiros em 2000 para a posição 2.545 em 2010 (os dados de 2022 ainda não foram divulgados pelo IBGE).
É o resultado de políticas públicas aparentemente eficazes, o que faz com que o bela-vistense de hoje olhe para um passado aparentemente mais progressista. Não são poucos os que falam que Adelmo Alberti foi um excelente prefeito, ao estilo Paulo Maluf. Tanto que Krauss é teleguiado pelo ex-prefeito, que se posiciona como um player importante no próximo pleito, mesmo sem poder se candidatar.
Alberti, a despeito de ser o prefeito de uma cidade pequena, foi sem sombra de dúvidas um dos mais articulados da região. Basta um exemplo para ilustrar: qual cidade interiorana receberia um Centro de Eventos do tamanho do que Bela Vista do Toldo recebeu do Governo Federal?
São conexões, convescotes, conversas a portas fechadas em Brasília, enfim, influência política. O que Alberti revelou em suas colaborações premiadas deve dizer muito sobre isso.
Aos 30 anos, mais do que nunca, Bela Vista do Toldo precisa de um rumo. As decisões de outubro devem mostrar qual a direção.
