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As carruagens de múltiplos momentos de uma vida passam pela memória

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Muito Obrigada, Academia de Letras do Brasil – Canoinhas por esta homenagem de alto significado.

Obrigada, a palavra mais certa para se agradecer, palavra que só existe em nossa portuguesa língua, pois somente ela congrega em si a dimensão de um infinito agradecimento, de um dever, de uma dívida.

Ao dizer-lhes, Confreiras e Confrades, tão somente este Obrigada quero lhes dizer que estarei a lhes dever, pelos tempos que me restam, algo que jamais poderei pagar.

Era uma noite, creio que de verão ainda, quando, em minha casa reunimo-nos, nós, os membros da Academia de Letras do Brasil – Canoinhas, a fim de elaborarmos o calendário de eventos deste ano.

Decidir-se-ia também quais seriam as pessoas que receberiam a “Comenda Ouro Verde”. Os nomes da professora Saloméa Bojarski e do médico Dr. Antônio Mehry Seleme já estavam consagrados há mais de três anos. A pandemia pela qual mal acabamos de passar adiou nosso intento.

Foi então, naquela noite de fim de verão, que o Confrade e conterrâneo acadêmico Francisco de Assis Vitoski pede a palavra e apresenta a sugestão para que esta Comenda fosse outorgada também para mim.

Fui assaltada por um misto de alegria e apreensão. Alegria por haver sido indicada. Apreensão porque no momento estou presidente da ALB – Canoinhas.

Mesmo com a anuência unânime as minhas apreensões persistem.

Difícil explicar como eu me sinto neste momento. Porque as carruagens de múltiplos momentos de uma vida passam pela memória.

O que tenho a lhes dizer é que nada do que fiz de relevante teria sido realizado se sozinha eu estivesse.

Uma grande árvore frondosa e solitária em uma pradaria terá vida curta e de pouca utilidade. Vendavais e aguaceiros torrenciais logo a levarão ao solo. Estorricada ao sol ou incendiada por raios em breve será apenas um tronco seco e retorcido onde nem aves poderão se abrigar. Em um bosque umas amparam as outras.

Assim passei a vida. Rodeada de belas e frondosas árvores.

Jamais algum sucesso existe para quem imagina que pode lutar a sós. Para o êxito, para o triunfo, para atingirmos as metas a que nos propusemos, tivemos sempre uma plêiade de pessoas ao nosso lado.

Primeiramente o exemplo vindo de minha família. A força, a abnegação, a luta de minha Nonna Thereza Gobbi entregando-se de corpo e alma ao sonho de idealizar e construir um hospital em nossa cidade, o Hospital Santa Cruz de Canoinhas.

 A dedicação e o esforço de minha mãe, de nome Petronilla Rosina, mas que o mundo conhecia por Nena, que fez com que todos nós, seus seis filhos concluíssemos um curso superior num tempo em que as dificuldades para lá se chegar eram inúmeras.

O exemplo de minhas irmãs mais velhas Aline a Avany, incentivando-me sempre, mesmo depois que aqui, como médica, eu já trabalhava.

Confortando-me ao ver-me exaurida após noites insones ao lado de pacientes… após horas de agonia assistindo a agonia do outro, assistindo a agonia da outra.

Atualmente a colaboração diuturna de meus sobrinhos.

Nunca, jamais em tempo algum o sucesso existirá para quem imagina que pode lutar só. Para o êxito, para o triunfo, para atingirmos as metas a que nos propusemos tivemos sempre uma plêiade de pessoas ao nosso lado.

Dos mestres que nos ensinaram.

Das equipes que nos acompanharam pela vida.

Sem as mãos amigas de profissionais competentes a meu lado eu nada teria realizado como médica.

Sem as mãos da enfermagem que nos passava os instrumentos e os medicamentos adequados.

Sem as secretárias de nossas clínicas.

Sem o apoio de tantos colegas médicos, de tantas colegas médicas, que conosco vivenciaram a dor e ajudaram a esta dor aplacar.

No outro mister a que me dediquei, o de levar meus escritos ao mundo, quantas mãos em torno de meus textos.  A montagem das palavras na antiga forma de se fazer um jornal. Amigos que, pacientemente, passaram meses a revisar meus livros.

A meticulosidade e o capricho na diagramação das páginas, das capas…

Em todos os cantos onde exerci algum tipo de chefia, nada teria eu conseguido realizar sem as equipes que a meu lado diuturnamente empenharam-se para que tudo estivesse no momento exato em seus devidos lugares.  

Assim foi quando assumi a chefia do então Centro de Saúde de Canoinhas e depois a nossa Secretaria de Saúde e Assistência Social.

Assim foi nos anos em que tinha em meus ombros o cargo de dirigente de nossa Unimed e depois na presidência da Associação Vêneta “La Bella Italia”.

Sempre rodeada de pessoas que faziam a base, que traziam ideias, que ajudavam a concretizar os sonhos.

Sim, nós não podemos ser aquela árvore que gostaria de triunfar, altaneira e única, em meio a uma pradaria.

Não sobreviveríamos.

Precisamos ser a árvore que nasce, cresce e altaneira desenvolve-se em meio a centenas de outras.

Porque só assim nossas flores e nossos frutos serão encanto e serão arrimo e serão alimento para tantos outros arbustos que se desenvolvem ao nosso redor.

Eu entrego esta homenagem que hoje recebo a todas estas árvores que me antecederam nesta floresta onde nasci, nesta floresta onde me desenvolvi.

A todas estas árvores que ao vicejar ao meu redor, deram-me abrigo, deram-me força e permitiram que eu me tornasse a pessoa que eu sou.

Mas a hora agora é de comemorações é hora de dizer-lhes o Obrigada de um coração em festa.

Obrigada, Acadêmico Francisco de Assis Vitoski!

Obrigada, Confreiras e Confrades da Academia de Letras do Brasil – Canoinhas.

Que o Pai lá do Alto lhes confira uma vida longa, profícua e feliz.

Obrigada!

Paz e Luz!

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