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A sustentabilidade de nosso planeta depende da produção animal

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A expansão da atividade agropecuária não implica em desmatamento e avanço sobre novas fronteiras agrícolas

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Via de regra, a produção animal é apresentada como prejudicial ao meio ambiente e à saúde humana. Contudo, ao se fazer uma avaliação mais profunda dos sistemas de produção mundiais e em especial do Brasil, passa-se a entender a importância do uso, especialmente de herbívoros, por questões de sustentabilidade e segurança alimentar. Infelizmente, uma parte da expansão da fronteira agrícola brasileira deu-se sobre áreas de matas e, como normalmente, a primeira atividade a ser desenvolvida em áreas que estão sendo desbravadas é o cultivo de pastagens, passou-se a vincular a exploração agropecuária com desmatamento e degradação ambiental.

Além disso, a população em geral foi levada a acreditar que a produção animal concorre pelas mesmas fontes alimentares que os seres humanos, contudo este cenário é completamente diferente no mundo e, principalmente, no Brasil. Na verdade, a maior proporção do material vegetal produzida nos grandes ecossistemas mundiais é composta por plantas de baixa digestibilidade, que contém em sua composição celulose e fibras que não são digeridas por seres humanos. Tal fato leva à necessidade de um nível intermediário na cadeia alimentar para transformar essa imensa quantidade de energia disponível (celulose) em alimento para humanos e outros animais.

Considerando que pelo menos metade dos alimentos disponíveis para a nutrição dos ruminantes (pastagens, resíduos de agroindústria, entre outros) não pode ser utilizada para a nutrição humana, fazer uso desta fonte de alimentos para produção animal poderia significar um grande incremento na produção de alimentos de alto valor proteico.

Além disso, a expansão da atividade agropecuária não implica em desmatamento e avanço sobre novas fronteiras agrícolas. Há significativas áreas degradadas pela má agricultura e má pecuária, que com investimentos de tecnologias simples, tais como correção de solo, aplicação de fertilizantes e substituições das forrageiras por outras espécies mais produtivas, já elevariam, em muito, a capacidade de produção animal das propriedades. Além destas áreas que podem ser recuperadas, há ainda milhões de hectares no Sul do Brasil para o desenvolvimento de produção de ruminantes, via a tecnologia de Integração Lavoura-Pecuária. Durante o período de primavera e verão, são áreas cultivadas para produção de grãos, mas que durante o outono e inverno, são destinadas para o cultivo de culturas de cobertura de solo, ou permanecem em pousio.

Assim sendo, melhorias tecnológicas na exploração de ruminantes poderiam assegurar o suprimento de alimentos de qualidade para a população brasileira e mundial uma vez que a produção de forragens e de ruminantes ocupam nichos ecológicos específicos, os quais, necessariamente não competem com a produção de alimentos de origem vegetal. Os produtos originários de ruminantes, tais como carne vermelha e produtos lácteos são uma fonte significativa de alimentos para a população mundial e a participação deste tipo de produto na nutrição humana deverá aumentar futuramente. O Brasil apresenta características edafoclimáticas que nos possibilitam a liderança na produção de alimentos de elevada qualidade nutricional, em sistemas produtivos ambientalmente mais adequados e mais sustentáveis.

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