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A Serpente de Essex acerta ao retratar um período de descobertas

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Minissérie retrata o medo do desconhecido

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Houve um tempo em que sangrar pacientes era tido como método eficaz contra doenças, que médicos não se preocupavam com a higiene ao procederem partos fazendo com que a falta de cuidados levasse mulheres à morte. Este tempo, que perdurou até o início do século passado é um cisco de distância na longa história da humanidade, mas hoje poucos sabem disso. Eram tempos em que o vácuo deixado pela ciência era preenchido por crenças sem qualquer ressonância na realidade, mas que de alguma forma conformava as pessoas, tão temerosas com o desconhecido do que conscientes da efervescência de descobertas e métodos que a medicina vivia. Há uma série que retrata isso de modo esplêndido: The Knick, disponível na HBO Max.

A análise hoje, contudo, é de outra série, que usa este cenário como pano de fundo.

Baseada na obra de Sarah Perry, A Serpente de Essex (disponível na Apple TV+) acompanha Cora Seaborne (Claire Danes), uma mulher que, após a morte do marido abusivo, decide abraçar seu interesse pela paleontologia. Ela sai em uma viagem exploratória com o filho Francis, um garotinho curioso de 11 anos, e Martha (Hayley Squires), a babá do menino e sua melhor amiga. Durante a intensa jornada, Cora se torna intrigada pelas ruínas de uma antiga caverna causada por um grande terremoto.

Logo, Cora descobre rumores de que, depois de quase três séculos, a serpente mítica de Essex pode ter retornado. Quando um homem morre de um jeito misterioso na véspera de ano novo, a comunidade da região entra em pânico. Os moradores acreditam que a serpente é um ser mágico, mas Cora não é supersticiosa. Ela busca entender os mistérios de maneira lógica, o que não combina com o inconsciente coletivo local e logo ela é taxada de bruxa.

A minissérie foca no romance de Cora com o pastor Will Ransome (Tom Hiddleston), evocando o drama dos amores impossíveis, tão em voga no período retratado. O personagem mais interessante, contudo, é Luke Garrett (Frank Dilane), um médico recém-formado que divide com Cora sua imensa curiosidade. Ele é retratado com um dos pioneiros da nova medicina que surgiu com força no começo do século passado.

A Serpente de Essex pode até dar a impressão de ser uma aventura com toques de suspense e mistério, mas não se trata disso. É uma singela minissérie sobre os efeitos que o desconhecido provoca no ser humano, desejo e, sobretudo, curiosidade.

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