Ana Claudia Quege deve ter a eleição mais fácil
PROTAGONISMO
COLUNA DE DOMINGO O protagonismo feminino dará o tom de modo inédito nas eleições deste ano se ficarmos restritos somente a comarca de Canoinhas. Em todas as cidades há mulheres com condições reais de se elegerem.
Juliana Maciel Hoppe (PL) é candidata a reeleição em Canoinhas, o que já lhe dá vantagem em relação aos quatro homens com quem concorre. Claro que eleição não se ganha na véspera e ela tem um árduo e intenso caminho nas próximas semanas para se manter competitiva. Uma coisa é o período pré-eleitoral, outra coisa é a campanha e algo bem diferente, também, é o dia da eleição, quando, via de regra, boa parte do eleitorado decide seu voto. A pulverização de candidaturas é um alto risco, como escrevi na coluna do domingo passado.
Em Três Barras, Ana Claudia Quege (MDB) terá, de longe, a eleição mais fácil dos últimos anos. Felipe Bedretchuk (PT) tem poucas chances diante de uma campanha que começou já no ano passado, quando Ana começou a formar o frentão de partidos que a apoiam. Apagada do governo Luis Shimoguiri, a prefeita surpreendeu ao assumir o cargo com o ocaso do prefeito, se mostrando mais disposta a fazer política do que o próprio marido, Elói Quege (PP), que já foi prefeito da cidade. Diria, inclusive, que o problema de Ana não é ganhar a eleição, mas acomodar todos os partidos na prefeitura no ano que vem. PL e União Brasil devem se mostrar insaciáveis por cargos.
Em Major Vieira, Aline Ruthes (PSD) é vista com absoluto respeito pelos três homens com os quais concorre. Em 2020 ela perdeu a eleição para Adilson Lisczkovski e deu no que deu. Adilson foi preso por corrupção. Esse é um trunfo importante para ela, que ficou em segundo lugar na disputa. Basta provocar um exame de consciência no eleitor para capitalizar o trauma causado pela segunda prisão de prefeito na década registrada em Major Vieira.
Por fim, Rosiani Karvat (Podemos) concorre em Bela Vista do Toldo tendo o prestígio do candidato a vice, Eraldo Schiessl, e de peixes grandes da política estadual como a deputada Paulinha. Ela também passa longe de ser menosprezada pelos quatro homens com quem concorre.
Embora as mulheres sejam maioria na população brasileira, 3.557 municípios brasileiros, o equivalente a 64% do total, não tiveram nenhuma prefeita eleita desde as eleições do ano 2000.
No mesmo período, em 28 cidades do país, não houve vereadora escolhida pelo voto direto e, em 24 delas, nem prefeitas nem vereadoras.
A baixa representação é mais acentuada na parcela de municípios com mais de 100 mil habitantes: 71% não elegeram prefeitas. Nas cidades com população inferior a 100 mil, o percentual é de 63%.
Prevendo um cenário que favoreça as quatro mulheres, a comarca de Canoinhas pode ter, pela primeira vez na sua história, todas as cidades comandadas por mulheres. Seria a primeira vez, inclusive, que isso ocorreria em Major Vieira, Bela Vista do Toldo e Três Barras. Lembrando, ainda, que Juliana é a primeira prefeita em 113 anos de emancipação política de Canoinhas.
