Tatiane Carvalho foi a que mais arrecadou recursos
CUSTO BENEFÍCIO
Os dez vereadores eleitos neste ano em Canoinhas arrecadaram, juntos, R$ 104,1 mil. O único que diz não ter arrecadado nada e, consequentemente, não ter gastado nenhum centavo, foi Césão do Táxi (MDB), eleito com 847 votos.
Dividido o valor arrecadado – e não exatamente o gasto, considerando que ainda não findou o prazo para prestação final de contas – a vereadora reeleita com 1.158 votos, Tatiane Carvalho (MDB), teve o maior custo por voto. Ela arrecadou R$ 32,1 mil, o que corresponde a R$ 27,70 por voto recebido.
Em segundo lugar aparece a Enfermeira Kátia (Republicanos), que arrecadou R$ 20,7 mil e recebeu 1.183 votos. Dividindo o valor arrecadado pelo número de votos, o valor seria de R$ 17,50 por voto.
Gil Baiano (PL), mais uma vez recordista de votos, foi eleito pela quinta vez com 1.778 votos, o correspondente a R$ 9,30 por voto já que arrecadou R$ 16,5 mil.
Eleito pelo Progressistas, Ivan Krauss arrecadou R$ 12 mil, o correspondente a R$ 17,60 por cada um dos 686 votos recebidos.
James Brey (UB) arrecadou R$ 6,5 mil. Sendo assim investiu o mesmo que Baiano por voto, R$ 9,30.
Marcos Homer e André Flenik, eleitos pelo PL, arrecadaram o mesmo valor – R$ 5 mil cada – e em termos de custo, gastaram R$ 6,30 e R$ 6,40 por voto, respectivamente.
Jubanski (PP) arrecadou R$ 3,1 mil, o correspondente a R$ 4,44 por cada um dos 709 votos recebidos.
Excluindo Césão, que ficou no zero a zero, o melhor custo benefício foi de Rosi Crestani (PRD), que arrecadou R$ 3 mil e recebeu 1.209 votos, a segunda mais votada, atrás somente de Baiano. Investimento de R$ 0,40 por voto.
VEREADOR ELEITO | ARRECADADO | CUSTO POR VOTO |
Tatiane Carvalho (MDB) | R$ 32.100 | R$ 27,70 |
Enfermeira Kátia (Rep) | R$ 20.777 | R$ 17,50 |
Gil Baiano (PL) | R$ 16.540 | R$ 9,30 |
Ivan Krauss (PP) | R$ 12.077 | R$ 17,60 |
James Brey (UB) | R$ 6.500 | R$ 9,30 |
Marcos Homer (PL) | R$ 5.000 | R$ 6,30 |
André Flenik (PL) | R$ 5.000 | R$ 6,40 |
Jubanski (PP) | R$ 3.150 | R$ 4,44 |
Rosi Crestani (PRD) | R$ 3.000 | R$ 0,40 |
Césao do Táxi | 0 | 0 |
ONDA
Além da onda feminina que dominou a região – Canoinhas, Major Vieira e Três Barras terão prefeitas – houve uma onda de homônimos. Canoinhas terá uma prefeita chamada Juliana e Irineópolis e Porto União terão prefeitos chamados Juliano.
DE VOLTA
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, integrantes da cúpula do Congresso e do Supremo Tribunal Federal querem discutir a volta de doações eleitorais de empresas, proibidas em 2015. Eles defendem mudanças no modelo atual, concentrado no financiamento público.
O tema entrou em debate na reta final do primeiro turno das eleições municipais. Líderes partidários e outras autoridades afirmam que o fundo eleitoral, abastecido com verba pública, não foi bem assimilado pela população e ainda provocou novas distorções no financiamento das campanhas. A maior delas: o dinheiro fica na mão do dono do partido que decide para quem bem entende distribuir os valores, sem critérios claros.
Esses políticos e ministros entendem que o modelo de financiamento público não impediu o uso de caixa dois. A Polícia Federal afirma ter apreendido R$ 21,7 milhões em espécie em operações de combate a crimes eleitorais neste ano.
ARMAMENTISTAS
Um levantamento inédito produzido pelo Instituto Fogo Cruzado mostrou que das 5.569 cidades do Brasil, 167 delas tinham candidatos apoiados pelo movimento Proarmas nas eleições municipais de 2024.
Ao todo, dos 211 candidatos apoiados pelo movimento que concorriam nestas eleições, 57 foram eleitos no primeiro turno. Entre os prefeitos, dos 40 que defendiam o discurso armamentista, 11 foram eleitos. E entre os 170 vereadores, 46 venceram o pleito eleitoral. O movimento armamentista também apoiou um candidato a vice-prefeito, mas ele não foi eleito.
NÃO SE PODE VENCER TODAS
A força política da prefeita reeleita de Canoinhas, Juliana Maciel Hoppe (PL), contrastou com a do do próprio pai. Como candidato a vereador de Três Barras, Laudecir Maciel somou 47 votos.
DESEMPENHO
O bom desempenho dos partidos do centro à direita e os resultados apagados da esquerda chamaram a atenção, mais uma vez, nas eleições deste 2024. Trata-se de tendência evidente desde o pleito municipal de 2016.
Partidos conservadores ou ligados ao governo de Jair Bolsonaro (PL), como PL, PP e Republicanos, conquistaram cerca de 30% das prefeituras, ante algo em torno de 16% nos anos 2010.
PT, PSB, PDT, PC do B e PSOL, partidos de esquerda e habitualmente associados, chegaram a um pico de 25% das prefeituras em 2012. Neste ano, não deverão ter mais de 13%, ainda que o PSOL esteja na disputa paulistana.
SANTA CATARINA
A corrida dos partidos nas disputas por prefeituras em Santa Catarina nos últimos 24 anos mostra uma diminuição no tamanho de partidos tradicionais do Estado, como o MDB, PSDB e PT, e uma disparada do PL nas últimas duas eleições municipais, em 2020 e 2024.
Em 2024, o PL desbancou o MDB e se tornou o partido com o maior número de prefeituras no Estado, 90. Com o número de prefeituras alcançado, o PL vai governar 46% da população catarinense.
O MDB pela primeira vez nestes últimos 24 anos não foi o partido com o maior número de prefeitos. Ao cair de 96 para 70 prefeituras, os emedebistas ainda conservam o segundo lugar no pódio, mas integram um grupo de partidos tradicionais que perderam espaço quando analisada a corrida desde 2000.
ELEIÇÃO NA ALESC

Nas próximas semanas devem ser iniciadas as conversas para a composição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa para 2025/2026. O presidente deve ser mesmo Julio Garcia (PSD), conforme adiantou o colunista da NSC, Anderson Silva. Garcia quer voltar ao cargo, e tende a receber grande apoio dentro da Assembleia. O atual presidente, Mauro de Nadal (MDB), não fará movimentos para permanecer na função.