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Três Barras torna-se 8ª cidade de SC a implementar tarifa zero no transporte público

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Esta é uma coluna de opinião. Aqui você vai encontrar notas sobre bastidores da política regional e estadual, além de artigos que expressam a opinião do colunista.

Medida deve se tornar tendência nos Municípios brasileiros

TRANSPORTE

A despeito do ocaso do Coletivo Santa Cruz no escândalo do transporte escolar em Canoinhas, o setor de transporte público (que nada tem a ver com a Et Pater Filium) é um problema que um dia ou outro se tornará incontornável. As pessoas usam cada vez menos o transporte público, levando, no caso de Canoinhas, o coletivo a reduzir gradativamente o número de linhas ao ponto de poucas ainda existirem. As razões são múltiplas, mas comportam o preço, o acesso a financiamento de veículos e, principalmente, a falta de praticidade em se apanhar o ônibus. Isso é um problema público, que vai na contramão de grandes cidades que, com transporte público eficiente, tiram veículos de circulação, facilitando o trânsito. Mas quais serão os efeitos da gratuidade?

Além de Três Barras, outras sete cidades catarinenses já adotaram a gratuidade no transporte público: Araranguá, Balneário Camboriú, Balneário Piçarras, Bombinhas, Forquilhinha, Garopaba e Governador Celso Ramos. Mas não dá pra comparar o que ocorrerá em Três Barras com o que aconteceu nestas cidades, a maioria, litorâneas, sufocadas com um insustentável tráfego de veículos agravado por turistas, muito maior que de Canoinhas e, sobretudo, de Três Barras.

De acordo com o deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP) e coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Tarifa Zero, a iniciativa é ótima, mas falta a cidade estruturar um sistema de transporte que funcione todos os dias. “O transporte público de uma cidade também deve servir para o lazer e atividades culturais, não somente para trabalhar.”

“É algo que beneficia, especialmente, as pessoas mais pobres. É uma política de inclusão social e redução da desigualdade social”, opinou Daniel Santini, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), em depoimento ao portal NSC Total. “Mas também reduz o número de carros nas ruas e de mortes de pessoas no trânsito. Não adianta só construir pontes, fazer novas pistas, quanto mais espaços para andar se tem mais carros e motos. Pra mim, essa é a única saída para salvar o transporte público no Brasil”.

Nesse sentido, o transporte gratuito em Três Barras reforça as ações assistencialistas, comuns no Município que, embora tenha a melhor renda per capita da região, mantém inexplicavelmente um bolsão de pobreza no distrito do São Cristóvão. Essa ação, porém, destoa do simples assistencialista, estimulando os mais pobres a usar o transporte gratuito para trabalhar e produzir. Somados aos outros benefícios do transporte gratuito, me parece uma excelente iniciativa.