Série japonesa tem força nos personagens
SUNNY
O mercado asiático de séries vem despontando cada vez com mais força nas plataformas de streaming. Xógun – a gloriosa saga do Japão, série da Disney+, não só agradou como arrematou as principais indicações ao Emmy 2024. Pachinko, que acaba de ter a segunda temporada lançada pelo Apple TV+, arrebata legiões de fãs. O Namorado, reality da Netflix, também tem deixado muita gente apaixonada. Outro ótimo exemplo da Netflix é Quando ninguém vê.
Eis que surge, em meio a tantos doramas e realities uma série fofa com uma pitada de originalidade: Sunny se passa em um futuro não muito distante, quando os robôs fazem praticamente todos os serviços domésticos aos seres humanos, incluindo, até, consolá-los diante de uma perda. É assim que Sunny chega a Suzie Sam (Rashida Jones), que acaba de perder o marido e o filho em uma tragédia não muito bem explicada.
A princípio, ela rejeita a robô, que faz de tudo para conquistá-la. Revoltada pela perde, Suzie se afoga na bebida, ao passo que começa a perceber que várias pontas estão soltas em relação as suas perdas. Mesmo contra sua vontade, a robô Sunny passa a ajudá-la a desvendar o mistério que envolve os dois desaparecimentos.
Embora esse enredo pareça pesado, o que conquista o espectador em Sunny é justamente a leveza com que o roteiro trata a situação. Mérito de um elenco saboroso, com interpretações canastronas ao estilo japonês, o que dá todo um charme especial a série. A personagem principal é uma americana, que se recusa a aprender japonês, por isso ao longo de toda a série ouvimos uma salada de inglês e japonês, o que, para mim pelo menos, aumenta o encanto da série.
Ao terminar os 10 episódios você fica com aquela sensação de “é ruim, mas é bom”. Explico: a história passa longe da originalidade, o mistério inicial se prova fácil de ser decifrado, mas os personagens são tão simpáticos (acredite, a robô vai te conquistar) que justifica as falhas do roteiro.