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Shimoguiri recebia propina desde 1993, acusa Ministério Público

Imagem:Arquivo

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Denúncia diz que o gabinete do prefeito servia como centro de negociações

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O Ministério Público (MP) apresentou denúncia contra o prefeito preso de Três Barras, Luiz Shimoguiri (PSD) em dezembro passado. No documento, os promotores destacam que o político recebia propina da Serrana Engenharia desde seu primeiro mandato, em 1993.

O atual mandato é o quinto do político três-barrense. Para os investigadores, Shimoguiri só esteve afastado do mecanismo de corrupção instaurado na prefeitura de Três Barras nos períodos em que não foi prefeito. Em delação premiada, um executivo do grupo Serrana revelou que as negociações para a propina ocorriam no gabinete do prefeito.

Entretanto, por mais que o MP aponte o longo histórico de corrupção envolvendo o prefeito, a investigação da Operação Mensageiro ocorre com recorte temporal a partir de 2017.

Em 2016, Shimoguiri foi eleito prefeito pela quarta vez. Assim que assumiu o cargo naquela ocasião, recebeu a visita de um executivo da Serrana, que disse aos investigadores que esteve “conversando com ele lá na prefeitura, marquei uma reunião com ele, estive na sala dele, eu estava sozinho com ele nesse dia”. A negociação era para acertar os valores da propina.


AMIGOS DE LONGA DATA

O delator fez questão de deixar registrado ao MP que sua relação com Shimoguiri é muito mais antiga do que o período abordado pela investigação. Ele lembrou de acordos firmados nos mandatos que compreenderam os anos de 2001 a 2008.

“Então eu já tinha tratativas com ele sobre negociação, eu já conhecia ele
de muito tempo, então já tinha bastante intimidade com ele nesse sentido, já ajudava ele nessa época também”, descreve o delator.

A delação também comprova o que a investigação do MP havia levantado acerca da participação de Shimoguiri na corrupção do Serviço Autônomo de Água e Saneamento Ambiental de Três Barras (Samasa). Ele diz que “a gente tinha lá um acordo, e aí ficamos acertados de continuar com aquele acordo de R$ 5.000 de coleta (de lixo) e mais R$ 7.000 de (tratamento e distribuição de) água. Isso dava R$ 12.000 por mês”. E acrescenta que depois da reunião que tiveram em 2017, “saímos de lá acertados”.



NADA ACONTECE SEM O PREFEITO

Embora Shimoguiri tenha dito ao JMais, antes de ser preso, que por conta do Samasa ser uma autarquia o prefeito não tinha gerência sobre suas ações, o MP entende o exato oposto. Para os investigadores, é do prefeito de Três Barras a responsabilidade pela “nomeação e orientação dos servidores que atuavam diretamente nos contratos firmados com a empresa Serrana, garantindo assim a manutenção permanente do vínculo contratual (seja pelo uso de prorrogações artificiais, contratações emergenciais previamente planejadas ou direcionamento de licitação)”.

Além disso, o prefeito é apontado como responsável pela “garantia de estabelecimento de serviços superfaturados que possibilitavam o retorno de capital ao agente em forma de propina e, especialmente, a manutenção do pagamento regular à empresa e não criação de entraves administrativos”.

Shimoguiri está preso preventivamente desde o dia 27 de abril. Ele já fez dois pedidos de habeas-corpus, ambos negados. Ele é acusado de formação de quadrilha, receptação de propina e fraude a licitações. Contudo, ele ainda está na condição de investigado e não de réu na Mensageiro.

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