10 de setembro de 2021
Dois dias após fazer ameaças ao STF em palanques no 7 de Setembro, o presidente Jair Bolsonaro divulgou nota na qual baixou o tom do discurso e chegou a elogiar o ministro Alexandre de Moraes, a quem havia chamado de “canalha”. A nota foi elaborada com ajuda do ex-presidente Michel Temer, que Bolsonaro mandou buscar em São Paulo para uma reunião no Palácio do Planalto. Temer alertou Bolsonaro de que a greve dos caminhoneiros, num momento de deterioração da economia, “cairia no seu colo”, com “desabastecimento e aumento de preços”, informa Eliane Cantanhêde. Também pesaram os 131 pedidos de impeachment que estão na Câmara. “Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes”, diz o texto assinado por Bolsonaro. Na quarta-feira, o presidente do STF, Luiz Fux, advertira que desobediência a ordem judicial configura crime de responsabilidade. O presidente conversou com Moraes por telefone e avisou que divulgaria a nota. Ministros do STF disseram que o recuo em relação às ameaças se deu por “medo de algo” e vão esperar para ver se a “bandeira branca” se manterá.
Folha de S.Paulo

O Estado de S.Paulo

O Globo
