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Santa Catarina, um estado de muitas culturas

Imagem:FCC

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A cultura catarinense merece ter a sua continuidade, merece ser trabalhada para todos e com todos

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Desde que o resultado do segundo turno das eleições para o cargo de governador de Santa Catarina foi divulgado e todos souberam que Jorginho Melo (PL) assumiria a Casa d’Agronômica, havia a certeza de que o Estado já tão amplamente bolsonarista, teria à frente alguém que manteria tal alcunha com unhas e dentes.

Nesse primeiro mês de trabalho, algumas situações deixaram claro que mesmo com Bolsonaro longe do cargo, Mello continuaria a destilar os seus ideais na política estadual. Aqui podemos citar a quase não participação do governador no encontro pós 8 de janeiro e as expressivas tentativas dele, em cobrar de Lula uma dívida que se aprofundou no governo anterior.

Porém, um acontecimento da semana passada chamou a atenção: a indicação de Rafael Nogueira para presidir a Fundação Catarinense de Cultura (FCC). Para aqueles que desconhecem, o novo coordenador da cultura estadual é discípulo do astrólogo Olavo de Carvalho, autoproclamado defensor do monarquismo e passa longe de ter residência em terras barrigas verdes.

É preciso lembrar também que durante o governo anterior, durante o momento crítico da cultura nacional, quando Roberto Alvin, aquele que se “inspirou” no nazista Joseph Goebbels para fazer um discurso, presidia a então Secretária da Cultura, Nogueira era o responsável pela Biblioteca Nacional.

 Olhando essa situação, a indicação de Rafael Nogueira para o cargo de chefia da FCC, chama a atenção pelo contraponto claro, de outras indicações propostas por Mello.

Mesmo que sejam “defensores” do bolsonarismo, grande parte do secretariado estadual é constituído por profissionais com certas experiências em suas respectivas pastas. Com isso, o Estado acaba por caminhar dentro de certa normalidade.

Porém, o passo dado por Mello dentro da Cultura, pode ser uma bala de prata em direção ao coração do seu governo. Falo isso, pois estamos falando de Santa Catarina, um estado plural, multifacetado, uma mescla de várias culturas, estilos, gostos e, principalmente, de respeito.

Algum tempo atrás, Nogueira afirmou publicamente que o Carnaval, festa amplamente tradicional no Estado, era uma válvula para a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis. Questionado nos últimos dias sobre a declaração, ele desconversou e afirmou que se arrepende.

Porém, quantas vezes ouvimos o arrependimento de pessoas ligadas ao bolsonarismo, que vieram a público falar, apenas depois que o estrago já estava consumado e apenas para tentar “limpar a sua barra”.

A cultura catarinense merece ter a sua continuidade, merece ser trabalhada para todos e com todos. Da capital até a menor cidade do Estado possuem os seus anseios, os seus gostos e as suas tradições, que merecem se fazer sempre presentes no rosto do governo que a conduz.

Com a escolha, Jorginho Mello, dá um passo atrás, para tentar agradar uma parcela dos seus eleitores, que pelo andar da carruagem, dificilmente terão representatividade nos próximos pleitos.            

Para Rafael Nogueira, uma dica: ser devoto de Santa Catarina de Alexandria, não o faz ser barriga verde de coração. Aos catarinenses resta acompanhar as cenas dos próximos capítulos. 

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