Projeto consolida conhecimentos sobre a destinação correta do lixo
Um projeto inovador de uma escola de Canoinhas usa a Inteligência Artificial (IA) para consolidar conhecimentos sobre a destinação correta do lixo. A iniciativa pioneira foi desenvolvida na EEF Sagrado Coração de Jesus. Uma turma do 8º ano participa do projeto-piloto, mas a expectativa é estendê-la às demais turmas, além de estimular os alunos a desenvolverem os seus próprios aplicativos para smartphone.
A proposta, planejada de forma conjunta entre os professores André de Campos (Matemática) e Maria Ede Steidel (Ciências), desenvolveu um aplicativo para ensinar aos alunos que a coleta seletiva consciente favorece o ambiente escolar e preserva o ambiente. Intitulado “Coleta Seletiva Inteligente”, o app utiliza o método computacional de Machine Learning, disponível no App Inventor, do Massachusetts Institute of Technology (MIT).
AÇÃO
O aplicativo foi alimentado com inúmeras imagens de resíduos sólidos, fornecidas pelos próprios alunos ou retiradas da internet. O professor André explica que o aplicativo reconhece pela câmera do celular o tipo de resíduo e em qual lixeira ele deve ser depositado. “Dessa maneira, acreditamos que os alunos poderão aprender como realizar um descarte de forma correta e inteligente, fazendo o uso da Cultura Digital, como preceitua a BNCC”, detalha ele.
O educador entrou em contato com métodos que fazem uso de tecnologias durante seu mestrado em Ensino de Ciência e Tecnologia, concluído na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), no final de 2021.
O projeto piloto levou cerca de oito aulas para ser concluído, divididas em quatro semanas, incluindo a criação de um banco de imagens, visando o reconhecimento do resíduo sólido e das cores das lixeiras (para os diversos tipos de resíduos), bem como a realização de testes, para detecção de possíveis erros de programação, lógica ou de classificação dos resíduos.
A professora de Ciências, Maria Ede, já havia realizado alguns projetos com lixo reciclável em anos anteriores, mas sem o enfoque tecnológico. Ela explica que o objetivo da ação interdisciplinar foi trabalhar Ciências e Matemática aprimorando o conhecimento sobre a educação ambiental.
Durante as aulas ela abordou conceitos de ecologia, principalmente a interação entre os seres vivos e o meio ambiente, destacando a importância de pequenas ações no dia a dia que contribuem para a preservação ambiental. “Foram realizadas atividades de aprendizagem em que os alunos observam essas interações no ambiente e propõem atitudes de preservação, entre elas o destino correto do lixo em lixeiras na escola e a separação em casa”, salienta.
A expectativa dos professores é estender o projeto às demais turmas da escola no segundo trimestre de 2022. A ideia é, a partir de agora, usar os 76 tablets entregues desde 2019 pelo Governo do Estado às unidades da rede estadual. Quando o projeto foi iniciado os alunos usaram seus próprios smartphones.
AVALIAÇÃO DOS ALUNOS
Além da utilização do aplicativo pelos alunos no ambiente escolar, a atividade foi avaliada por meio de trabalhos envolvendo os temas relacionados ao projeto, como o uso benéfico da tecnologia, a evolução tecnológica e a sociedade, a preservação do meio ambiente, entre outros.
Para João Pedro Prestes, do 8º ano, o projeto transcendeu a sala de aula: “Além de ter criado bastante interação com os colegas, ele também foi educativo para toda a família”. O estudante Arthur Nicolas, da mesma turma, achou muito interessante o app: “Aplicativos assim são essenciais para auxiliar e incentivar as pessoas a reciclarem e saberem o certo de se fazer”.
Já Miguel Alexandre Milcheski destacou a usabilidade da inteligência artificial: ”Um ponto legal é que quanto mais fotos armazenadas, maior será o poder de processamento do app”.
Na avaliação do gestor da unidade, James Luis Brey, cada vez mais a tecnologia está inserida no ambiente escolar e na vida dos jovens: “É importante este tipo de projeto ser realizado para que os alunos saibam utilizar as ferramentas tecnológicas de forma sustentável. A inovação é fundamental e daremos o suporte necessário para que o projeto seja estendido a toda comunidade escolar”, finaliza.
