Balde de água fria dado pelo governo decepciona a região
NOVELA
COLUNA DE DOMINGO O anúncio do governo Jorginho Mello (PL) de que todas as obras estaduais que não estejam em andamento ou com ordem de serviço assinada ficarão em stand by enquanto o governo refaz as contas, joga um balde de água fria nos moradores do Planalto Norte.
Quando foi anunciada a empresa declarada vencedora do moroso processo licitatório parecia que tudo estava certo, mas faltou a assinatura da ordem de serviço. Vingança de Carlos Moisés (Republicanos), que tinha acabado de perder a eleição já no primeiro turno?
É possível, considerando a esmagadora votação que a região deu a Mello.
O deputado estadual Mauricio Eskudlark (PL), que é canoinhense, se apressou em dizer que para além da questão da ordem de serviço, há um entrave do Instituto do Meio Ambiente (IMA). Curioso, considerando que geralmente o IMA intervém em obras novas, não em uma reforma de rodovia. Mais curioso ainda é pagar R$ 1 milhão a uma empresa que passou mais de um ano elaborando o projeto de reforma, mas não atentou para o fato de ter de consultar o IMA. Essa consulta, segundo o deputado, ocorre agora. Muito estranho.
Vencido esse furo, quando a empresa entregar as licenças ambientais pertinentes ao governador Mello, caberá a ele dar a canetada única que deflagará a obra. Ele assina ou não?
Ao que se percebe, dependendo de Mello, claro, ele assina, mas (e sempre tem um mas quando muda o governo), ele precisa verificar se o cofre do Estado aguenta. É aí que a porca torce o rabo e a representatividade política, jogada na latrina por nós (com todo o respeito ao estimado leitor e querida leitora) se mostra decisiva. Não elegemos representante de nenhuma das dez cidades do Planalto Norte. Optamos por questões ideológicas ao despejar votos em quem nunca nem pisou na região, e agora, não é ideologia que fará a diferença.
Eskudlark, enfim, percebeu o vácuo deixado por Antonio Aguiar e até hoje não preenchido. Seu movimento no sentido de garantir a obra mostra que ele pode estar disposto a brigar pela região. Falou até em montar um escritório em Canoinhas. Estamos como um adolescente prestes a completar 18 anos no orfanato. Se ninguém nos adotar agora, perdemos de vez a chance de ter alguma representatividade em Florianópolis. O caso (ou descaso) em relação a SC-477, será símbolo disso.
