Para a Justiça, candidatura feminina foi fictícia para garantir cota
PELA CASSAÇÃO
O Ministério Público emitiu parecer por manter a cassação de mandato do vereador bela-vistense Wilson Vagner, mais conhecido como Wilson Despachante (PSD). Em abril deste ano, o juiz eleitoral da comarca de Canoinhas anulou todos os votos direcionados à legenda e aos candidatos (eleito e não eleitos) do PSD de Bela Vista do Toldo. A justificativa é de que o partido criou uma candidatura fictícia para garantir a cota feminina na representação do partido diante da eleição do ano passado.
O procurador regional eleitoral, Claudio Valentin Crestani, explica que o caso envolvendo a candidatura de Valdeci Aparecida Gonçalves de Oliveira Andrecovicz, pelo PSD de Bela Vista do Toldo, ganhou novos contornos após a análise das alegações da acusação. Ele lembra que pela decisão do juiz, a situação se configura como uma candidatura fictícia, e a sentença que reconheceu essa irregularidade deve ser mantida.
A acusação destaca que, embora os advogados de defesa tenham se esforçado para contestar as alegações, as provas apresentadas confirmam que Valdeci não realizou uma campanha efetiva. Entre os pontos levantados, a falta de clareza nas suas propostas de governo é um dos mais preocupantes. A candidata, quando questionada, não conseguiu explicar de forma mínima o que pretendia fazer caso fosse eleita.
Outro ponto que chamou a atenção foi a declaração de Valdeci, que afirmou ter sido convidada a se candidatar por alguém do partido, com a justificativa de que “faltava uma mulher” na chapa. Isso levanta suspeitas sobre a sinceridade da candidatura e se ela realmente tinha a intenção de concorrer.
Além disso, o resultado das eleições para Valdeci foi bastante aquém do esperado. A votação que ela obteve foi insignificante, especialmente considerando que declarou ter pedido votos para um número significativo de familiares e contou com um expressivo aporte de recursos públicos para sua campanha.
A candidata também afirmou que não teve contato com os cabos eleitorais, que foram “arranjados” por outra pessoa do partido, o que levanta ainda mais questões sobre sua real participação no processo eleitoral. Nas redes sociais, a ausência de qualquer publicação relacionada à sua candidatura também foi um ponto destacado, evidenciando que a campanha não foi promovida da maneira esperada.
Por fim, foram identificadas várias contradições entre as declarações de Valdeci e as testemunhas de defesa, o que sugere a possibilidade de que tentativas de forjar provas tenham ocorrido. Diante desse cenário, a acusação sustenta que as evidências são fortes o suficiente para sustentar a alegação de fraude à cota de gênero e abuso de poder, podendo levar à cassação da chapa proporcional.
Com isso, a trama envolvendo a candidatura de Valdeci se complica, e a decisão do tribunal poderá ter repercussões significativas na Câmara de Bela Vista do Toldo.
CONTRAPONTO
No contexto do processo judicial envolvendo Wagner Despachante, a defesa trouxe à tona uma série de alegações que visam refutar as acusações de fraude eleitoral. Em primeiro lugar, destaca que não há evidências concretas que comprovem a participação ou anuência dos investigados na suposta fraude. A candidata Valdeci Aparecida Gonçalves de Oliveira Andrecovicz, segundo a defesa, foi escolhida em convenção e tem o direito legítimo de se candidatar. Ela se registrou no PSD de Bela Vista do Toldo com o desejo de se eleger vereadora, tendo realizado atividades típicas de campanha, como a produção e distribuição de materiais de propaganda e a solicitação de votos de porta em porta.
As alegações da defesa também mencionam que testemunhas confirmaram que Valdeci realmente fez campanha, apesar das dificuldades enfrentadas em um município onde a simplicidade dos eleitores pode ter influenciado a percepção sobre o processo. A defesa argumenta que, em geral, os candidatos não tinham um lema ou projeto específico, mas estavam cientes das dificuldades enfrentadas pela população e buscavam melhorias.
Outro ponto importante é a utilização das redes sociais. A defesa explica que, embora Valdeci não tenha postado diretamente em sua página do Facebook, ela utilizou o Instagram para divulgar sua campanha, o que se refletiu também em seu Facebook através dos stories. Contudo, vale ressaltar que os stories não ficam armazenados, o que pode ter dificultado a visibilidade de sua campanha.
A defesa ainda argumenta que a baixa votação obtida por Valdeci não pode ser considerada um indício de que sua candidatura foi fictícia. A competição acirrada, com outros sete candidatos disputando os mesmos votos, é apontada como uma explicação plausível para o resultado. Além disso, a candidata fez investimentos reais em sua campanha, com despesas em materiais de propaganda que totalizaram R$ 1.285,45.
Por fim, a defesa lembra que a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral exige provas robustas para comprovar candidaturas femininas fictícias, e não apenas indícios. Portanto, a defesa solicita a reforma da sentença, pleiteando que a ação seja julgada improcedente.
Esses argumentos evidenciam a estratégia da defesa de Wagner Despachante, que busca demonstrar a legitimidade da candidatura de Valdeci e afastar as acusações de fraude eleitoral. A análise do caso promete ser um ponto crucial nos desdobramentos jurídicos que se seguirão.
A PROPÓSITO
Como a coluna revelou na sexta passada, uma das cabos eleitorais que a candidata a vereadora Valdeci Aparecida Gonçalves de Oliveira Andrecovicz (PSD) contratou e apresentou como prova que de fato fez campanha – Jéssica Vitória de Lima – é companheira de outro candidato a vereador pelo PSD na eleição passada, Kauã Silveira, que hoje faz vídeos enaltecendo o governo de Carlinhos Schiessl (MDB).
No Instagram há fotos do casal publicadas antes da eleição, ou seja, Jéssica ao menos namorava Kauã enquanto supostamente prestava serviço como cabo eleitoral de Valdeci.
LIMPEZA
Uma mãe de aluno expressou sua indignação e preocupação com a situação na extensão do Almirante Barroso, que compartilha prédio com a Escola Municipal Maria Izabel de Lima Cubas, localizada em Rio da Areia do Meio, em Canoinhas. Ela relatou que os estudantes estão sendo obrigados a limpar as salas de aula por conta da falta de profissionais contratados para esse serviço.
Diante disso, a mãe solicita que sejam tomadas providências urgentes, como a contratação de pessoal de limpeza para a unidade escolar, a fim de garantir um ambiente adequado para todos os estudantes.
Informada pela coluna, a gerente regional de Educação, Rosicler Erzinger, disse que as medidas foram imediatamente tomadas e que na próxima segunda-feira uma zeladora começa a trabalhar na extensão.
R$ 127.631.340,30
foi quanto o Município de Canoinhas gastou com pessoal no primeiro quadrimestre de 2025
CARGA PESADA
A carga de trabalho na Prefeitura de Três Barras é tanta que somente ontem o departamento de leis e decretos publicou no Diário Oficial dos Municípios a contratação de uma empresa para organizar a estrutura da Festa em comemoração ao aniversário do Município realizada em janeiro.
Teve ainda publicação, somente ontem, da contratação de empresa para decorar a cidade para a Páscoa.
REVISÃO
A prefeitura de Três Barras contratou serviços de consultoria e assessoria administrativa com o objetivo é realizar um diagnóstico e atualizar o plano de cargos e salários do poder executivo municipal. O investimento nessa iniciativa será de R$ 69 mil.
JUNTOS

Nesta quarta-feira, 28, Chapecó foi cenário de um encontro que agitou ainda mais o cenário político catarinense. Os dois principais nomes que devem disputar a eleição para o governo do estado em 2026 estiveram juntos no mesmo palco. O evento em questão é o lançamento da Efapi 2025, uma feira que promete atrair a atenção de muitos. O prefeito da cidade, João Rodrigues, do PSD, foi o anfitrião da noite, enquanto o governador Jorginho Mello, do PL, também marcou presença.