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Prisão de Alberti levou Beto e Pike a agirem para embaraçar investigação, diz MPSC

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Alberti disse que foi intimidado por advogados mesmo dentro da cadeia

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O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) chegou a detectar, durante as investigações da Et Pater Filium, tentativas de obstruir o trabalho do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço armado do MPSC.

Adelmo Alberti, que fez colaboração premiada com o MPSC, disse que, antes de ser preso, ouviu de Beto Passos e Renato Pike que estava sendo investigado. “Segundo o relato, os gestores do município de Canoinhas, políticos influentes na região, por meios ainda não revelados, tomaram conhecimento do curso da investigação e alvorotaram o colaborador premiado, orientando-o a permanecer atento nas tratativas espúrias e na ocultação de elementos de prova”, expõe o MPSC. A conversa teria saído do próprio Fórum da comarca, mas o MPSC não especifica quem teria ouvido uma conversa do promotor de Justiça com uma testemunha e teria repassado a informação a Passos e Pike. A ordem era se desfazer dos chips de celular e foi o que Alberti, Beto e Pike fizeram.

Alberti foi preso e, então, teria recebido duas visitas que provocaram suspeitas. A primeira, da sua assessora jurídica na prefeitura de Bela Vista do Toldo, a advogada Victoria Gurtinski Borba Fernandes, sobrinha de Pike. A visita seria considerada previsível considerando que ela era sua assessora, contudo, segundo Alberti, a advogada parecia mais interessada em saber se ele pretendia delatar Beto e Pike. Alberti disse que garantiu a ela que não falaria nada sobre os dois.

Outra visita foi do advogado do empresário Joziel Dembinski, laranja de Alberti e Passos segundo o prefeito de Bela Vista do Toldo e que está preso pela segunda vez na mesma operação. Carlos Giacomo Jacomozzi teria ido visitar Alberti para, segundo o prefeito, fazer ameaças veladas caso ele delatasse o suposto esquema.

Segundo Alberti, ainda, Pike procurou sua família para oferecer dinheiro.

“É manifesto que os representados Gilberto e Renato (Beto e Pike), antes mesmo da prisão do colaborador premiado Adelmo, já vinham realizando ações clandestinas e sorrateiras para obstruir o andamento das investigações e impedir o alcance da verdade. Isso porque, inevitavelmente, a trilha investigativa conduziria ao estudo de provas que revelaria as suas próprias investidas criminosas contra o município de Canoinhas e o quão envolvidos também estão na trama criminosa e na corrupção sistêmica que vem sendo revelada nos municípios do Planalto Norte catarinense”, anota o MPSC.

O Ministério Público aponta ainda o depoimento do empresário Miguelangelo Hiera, que relatou várias supostas ameaças que teriam partido de Pike.

CONTRAPONTO

A defesa de Passos disse que “depois que tivermos acesso a tudo o que existe teremos como avaliar e manifestar algo”, acrescentando que já apresentou pedido ao Tribunal de Justiça.

A defesa de Pike disse que “vamos provar, a tempo e modo, a inocência dele. Ainda estamos estudando o processo e sequer tivemos acesso à totalidade do inquérito nem conseguimos, ainda, conversar reservadamente com o nosso cliente”.

Jacomozzi, advogado de Joziel Dembinski, disse que “depois que eu tiver acesso ao conteúdo integral da delação do Adelmo Alberti posso me manifestar. Por ora o que posso dizer é que minhas conversas com Adelmo e Vilson (Stelzner, vereador de Bela Vista do Toldo preso na quarta fase da Et Pater Filium, mas já solto) foram no sentido de assumir a defesa deles uma vez que consegui soltar o Joziel Dembinski (mediante habeas corpus) no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Jamais teve qualquer tipo de ameaça”, afirmou.

A reportagem não conseguiu contato com a advogada Victoria Gurtinski Borba Fernandes.

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