Operação teve início após uma mulher ser hospitalizada após usar medicamento Ozempic falsificado
Na manhã desta segunda-feira, 26, a Polícia Civil de Santa Catarina desencadeou uma operação que resultou na execução de cinco mandados de busca e dois de prisão. O foco da ação foi desarticular um grupo suspeito de falsificar e vender medicamentos, incluindo anabolizantes. Em Jaraguá do Sul, um suspeito foi preso, enquanto em Canoinhas foram encontrados medicamentos adulterados em posse de um familiar do preso. Mandados também foram cumpridos em Barra Velha, no litoral catarinense, e em Catalão, no Estado de Goiás.
A operação, denominada “Reação Adversa”, contou com o apoio da Polícia Civil de Goiás e de diversos departamentos especializados, como o Laboratório de Tecnologia em Lavagem de Dinheiro da Deic e as Delegacias de Investigações Criminais (DICs) de Canoinhas e Campos Novos. O objetivo é desmantelar um esquema criminoso que falsifica e comercializa medicamentos de alto valor, prática que pode resultar em penas de 10 a 15 anos de prisão, sendo considerada hedionda pela legislação.
A investigação começou após uma denúncia de uma vítima que enfrentou complicações graves após usar um medicamento para emagrecimento falsificado, conhecido como Ozempic. Além disso, os suspeitos também estavam envolvidos na venda de anabolizantes, remédios abortivos e outros produtos não autorizados pela legislação brasileira.
O grupo criminoso tinha um método preocupante: adquiria medicamentos vencidos, removia as datas de validade e as adulterava para que parecessem ainda válidas. Para isso, contavam com uma gráfica que produzia caixas semelhantes às originais dos medicamentos falsificados. A venda era realizada principalmente por meio de redes sociais, com preços muito abaixo dos praticados no mercado.
Como resultado da operação, veículos de luxo e imóveis adquiridos com o lucro do esquema foram apreendidos e serão indisponibilizados para compensar as vítimas.
NOTA
Em nota, a Polícia Civil de Santa Catarina “reafirma seu compromisso em identificar e punir os responsáveis por esse tipo de crime, sempre visando a proteção da saúde e segurança da população. Os envolvidos poderão responder até por tentativa de homicídio, caso se prove dolo eventual.”
“É importante ressaltar que quem comprou esses medicamentos ou anabolizantes não deve utilizá-los”, alerta a Polícia Civil, que orienta que, caso alguém tenha passado mal após o uso desses produtos, deve procurar a delegacia para registrar o caso, sem se sentir constrangido.
No vídeo, o delegado Jeferson Prado, fala mais sobre a operação:
