Cerca de 20 pessoas foram retiradas do local
Equipes da Polícia Militar realizaram na tarde desta segunda-feira, 23, uma ação com o objetivo de desmobilizar tentativa de ocupação por integrantes do Movimento Sem Terra (MST) em localidade no interior de Major Vieira.
As informações repassadas pelo Major Dias da Polícia Militar apontam que a operação foi realizada seguindo os mesmos moldes da ação executada por autoridades na localidade de Valinhos, no interior de Canoinhas, neste sábado, 21.
A tentativa de ocupação desta segunda-feira, 23, ocorreu na localidade de Toldo de Cima, no interior de Major Vieira. Cerca de 20 pessoas foram retiradas de uma propriedade privada pelas equipes policiais e o acampamento foi desmobilizado. Havia mulheres e crianças, inclusive. Um veículo foi removido ao pátio conveniado por irregularidades de trânsito. Não houve prisões. Também foram apreendidas diversas ferramentas, como foices, enxadas e machados.
As autoridades ainda escoltaram as pessoas até o município mais próximo, para dali seguirem aos seus locais de origem, segundo o major.
Segundo o MST a ocupação realizada no final da tarde deste domingo, 22, se deu em um assentamento já consolidado. O imóvel está localizado na Gleba Toldo de Cima e foi repassado ao Incra pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU) para destinação à reforma agrária.
Em julho de 2023, foi elaborado o georreferenciamento e demarcado o projeto de parcelamento do assentamento pela equipe de Cartografia da regional catarinense, resultando em 32 lotes a serem disponibilizados a famílias de agricultores e mais dois lotes designados à área de reserva legal.
“Como em todo processo de criação de assentamento da reforma agrária, as famílias a serem beneficiadas serão selecionadas através de edital público, a fim de verificar a adequação ao perfil socioeconômico exigido pelas normas vigentes”, diz o governo em nota, o que indica que a ocupação deste domingo teria sido ilegal.
MST REPUDIA AÇÃO POLICIAL
Em nota publicada pelo MST em seu portal oficial, o Movimento declarou abertamente repúdio contra a ação policial executada em Canoinhas neste sábado, 21.
De acordo com o texto, os integrantes do MST presentes na ação relataram violências policiais. “Me puxou pelo cabelo, me chutaram pra abrir as pernas”, “humilhação, jogaram nossos documentos no chão”, “nem crianças respeitaram”, “me algemaram”, são algumas das frases que, segundo os integrantes do Movimento, eles ouviram durante abordagem da Polícia Militar.
PREFEITA CONDENOU TENTATIVA DE OCUPAÇÃO EM CANOINHAS
Em vídeo publicado nas redes sociais, a prefeita de Canoinhas, Juliana Maciel Hoppe (PSDB) alegou que “não irá admitir que terras produtivas sejam invadidas pela movimento MST”. Ela ainda comentou que está acompanhando o caso junto de equipes da Polícia Militar e que o governador do Estado, Jorginho Mello (PL), também foi acionado em relação ao ocorrido.
Equipes da Polícia Militar foram acionadas para intervir na situação de Canoinhas e, de acordo com informações oficiais, eram cerca de 70 pessoas que estavam no local durante a chegada das autoridades. As pessoas que participaram da tentativa de ocupação que tinham alguma pendência criminal ou de contravenção foram conduzidas à Delegacia. Cerca de 25 veículos também estavam no local e os policiais emitiram diversas notificações de condutores não habilitados, além de terem recolhido três dos veículos ao pátio conveniado. Os demais manifestantes seguiram destino para seus locais de origem.
O homem identificado como o líder do grupo foi preso pelo crime de invasão de propriedade e dano. Também foram apreendidos foices, machados e enxadas que os manifestantes estariam utilizando como armas brancas.
Questionada sobre a suposta violência, a PM afirma que toda a ação de desocupação, tanto em Canoinhas quanto em Major Vieira, ocorreu sem nenhum tipo de agressão de ambos os lados. O tenente coronel Silvano Sasinski, comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar de Canoinhas, classificou as informações veiculadas pelo MST como “fake news”.
Além dos policiais militares de Canoinhas e Porto União, Major Vieira, também participaram da operação desta segunda o Batalhão de Aviação de Lages e a Polícia Militar Ambiental.
