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Passos chama professores de arruaceiros em reação a buzinaço

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Ele ainda criticou vereadoras da oposição e Gil Baiano

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Prefeito Beto Passos (PSD) chamou os professores que se manifestaram através de um buzinaço na noite desta segunda-feira, 14, de arruaceiros em entrevista à Rádio Clube. “Ontem foram fazer arruaça em frente a minha residência, do vice-prefeito Renato Pike e do vereador Osmar Oleskovicz. Toda a forma de manifestação é expressão democrática, respeito a democracia porque acho lindo o bom debate e o respeito, mas não posso aceitar que quase 10 horas da noite, alguns arruaceiros, porque não quero chamar de professores, quero imaginar que não foram professores que fizeram isso, foram em frente a minha casa e acordaram meu filho de dois anos de idade aos gritos. Foram lá para violentar o meu lar, a minha residência. Professor que se preze não age com as palavras que usaram, com as ofensas que não tenho coragem de repetir porque respeito a família canoinhense”. Passos viajou na segunda à tarde para Brasília, onde cumpre agenda definida há mais de duas semanas. Ele disse que recebeu uma ligação de sua esposa falando sobre a manifestação.

Ele ainda cobrou manifestação dos professores “quando o professor Osmar defendeu a volta da progressão por titulação, a volta dos triênios, dos diretos da categoria”. Acusou, ainda, a vereadora Juliana Maciel (PSDB) de liderar o buzinaço e de se contradizer ao participar da manifestação depois de defender os autistas, pessoas que, invariavelmente, se sentem muito incomodadas com barulho. Também chamou a atenção da vereadora Tatiane Carvalho (MDB), que fez defesa do projeto que proíbe fogos de artifício com estampido. “Pergunto se ontem o buzinação não chegou para os idosos, autistas e para os animais? Passaram quase na frente do Hospital Santa Cruz”, afirmou ao lembrar que mora próximo do hospital.

“É este professor que os pais que estão me ouvindo querem para seus filhos? É esse professor que fala palavras de baixo calão, que desrespeita, que faz arruaça quase 10 da noite? Não posso chamar eles de professores, porque conheço os professores do bem, que tem amor pela causa da educação”, questionou chamando os professores manifestantes de “pseudoeducadores”.

Passos desafiou os professores a voltarem à frente de sua casa na próxima quinta, 17, quando ele retorna de Brasília. “Vou tirar meu filho de casa e estou lá para recebê-los”, garantiu.


BAIANO

Passos também se disse decepcionado com o voto do vereador Gil Baiano (PL). “Quero acreditar que ele se equivocou, porque ele sabe da inconstitucionalidade do projeto, sabe da nossa luta para defender que o nosso salário seja pago em dia, porque lá em mil novecentos e antigamente, os funcionários públicos ficaram com três, quatro folhas atrasadas, nós não queremos cometer esse equívoco. Nós cuidamos das contas públicas. (…) O que nós fizemos no passado ao conceder triênio, progressão e demais benefícios nós fizemos de forma organizada e responsável, de forma administrativamente e matematicamente viável”, disse.



ACTs

Sobre os admitidos em caráter temporário (ACTs) afirmou que nenhum deles foi obrigado a prestar teste seletivo. “Quero que o professor ganhe mais, mas não posso colocar as contas em risco por causa de um presente de grego herdado do passado. Me admiro de não irem na casa de quem provocou tudo isso para fazer arruaça (Passos culpa a gestão de Leoberto Weinert por causa de um aumento de R$ 1 milhão na folha de pagamentos da Educação herdado mensalmente desde o ano passado por força de decisão judicial).”


CONTRAPONTO

Vereadora Tatiane Carvalho defendeu a manifestação dos professores. “Foi uma manifestação absolutamente legal e pacífica. É um modo de demonstração de insatisfação e repúdio usado em todos as nações democráticas. E embora tenha sido usado esse argumento (sobre os autistas, animais e pessoas doentes) com a intenção de desmoralizar-nos, não vamos deixar de lutar contra o coronelismo e a favor dos nossos professores”, afirmou.

Juliana Maciel chamou a fala de Passos de “infeliz” e disse que a manifestação é garantida pela Constituição. “Além disso, foi uma manifestação pacífica e ordeira. Na verdade o prefeito está tentando se esconder atrás da verdade. Lembremos que além dessa questão dos ACTs, ele vem tentando promover mais cortes no salário dos professores e agora está tentando disfarçar todo o mal que vem fazendo à Educação canoinhense”.

Até o fechamento dessa reportagem Gil Baiano não tinha respondido ao pedido de réplica.

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