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Pagamento por armazenamento de Carbono no solo: uma mina de ouro para nossa agricultura

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Quantificações detalhadas dos estoques de C do solo em múltiplas escalas são necessárias

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Os solos do mundo armazenam uma grande quantidade de carbono (C) retendo mais do que os totais combinados armazenados na vegetação e na atmosfera. Acumular C leva longos períodos e, quando acumulado e mantido no solo por um período relativamente longo, é considerado sequestrado pelo solo.

Para se ter uma ideia, a quantidade total estimada de C armazenado nos solos é de aproximadamente 2.500 gigatoneladas (GT), em relação a 560 GT encontrados em plantas e animais vivos e 800 GT na atmosfera. Este reservatório de C fornece um importante sumidouro para contrabalançar e anular os efeitos dos níveis crescentes de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.

Ou seja, não há como os países pensarem estratégias de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE), atuais e futuras, se não estiverem relacionadas ao manejo da terra e as quantidades relativas de C armazenadas em diferentes tipos de solo.

A política europeia e de vários países ao redor do mundo está alinhada com isso, sendo que o Plano da União Europeia de 2030 integra as emissões e remoções de GEE do Uso do Solo e Mudança do Uso do Solo e Florestas. Isso permite que os sumidouros de C sejam incluídos nos inventários nacionais e cria uma demanda por planos de gestão da terra destinados a maximizar o potencial de compensação da terra. E isso é mais uma fantástica oportunidade de valorização da boa agricultura, especialmente em regiões agrícolas como a nossa.

Estratégias como plantio direto, rotação de culturas, uso de insumos orgânicos e resíduos industriais com potencial agrícola, integração lavoura-pecuária, sistemas silvipastoris e manejo correto de culturas agrícolas e pastagens são estratégias com potencial enorme de sequestro de Carbono. E são tecnologias que o Brasil dá um show em relação ao resto do mundo!

Reprodução

Essas estratégias, quando bem implantadas e conduzidas, aumentam os níveis de Carbono orgânico do solo (COS), que estão ligados a uma melhor aeração do solo, maior biodiversidade, melhor nutrição das culturas, retenção de água e facilidade de cultivo. O declínio do COS geralmente se reflete em um declínio na saúde e qualidade geral do solo.

Embora vários GEEs estejam contribuindo para as mudanças climáticas, o CO2 tem o maior efeito devido aos aumentos significativos nos últimos tempos, passando de 280 partes por milhão (ppm) em 1850, antes da industrialização, para aproximadamente 412 ppm hoje. Estima-se que dois terços desse aumento de CO2 atmosférico seja atribuível à queima de combustíveis fósseis, mas o restante foi devido à perda de COS devido à mudança de uso da terra.

Dessa forma, quantificações detalhadas dos estoques de C do solo em múltiplas escalas são necessárias. Atualmente, instituições de pesquisa, governos, universidades e empresas privadas do mundo todo, incluindo o Brasil, vem buscando desenvolver ferramentas para avaliar os estoques de C e a capacidade dos manejos agrícolas em acumular C além da profundidade padrão de 30 cm e avaliar o potencial de armazenamentos mais profundos. A Epagri, Embrapa e várias universidades federais aqui no Sul, tem avançado na metodologia. No entanto, são pesquisas de alto custo que precisam de investimento e equipes de trabalho. E é um investimento que vale a pena, pois as ferramentas geradas permitirão valorizar mais essa contribuição da boa agricultura para a melhoria da qualidade de vida de todos.

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