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Os principais insights sobre o domínio do futebol brasileiro

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Poucas coisas definem tanto o brasileiro quanto o futebol, um esporte que, embora não tenha sido criado no Brasil, se tornou parte da alma nacional. A paixão pelo futebol começou com a chegada da primeira bola ao país, trazida por Charles Miller, um brasileiro de origem britânica, que tornou o Brasil conhecido no mundo todo graças ao futebol.

Essa paixão pode ser medida pelo sucesso que as casas de apostas fazem no país. Como patrocinadoras oficiais de campeonatos, financiadoras de clubes e parceiras na contratação de grandes astros, as plataformas de apostas são um sintoma da paixão do brasileiro pelo futebol. Sintoma que supera, em muitos momentos, a paixão pela modalidade. Afinal, muitos conhecem o  status legal do betano, mas desconhecem os alicerces que fazem o Brasil uma potência global do esporte.

Com 5 títulos mundiais, jogadores exportados para clubes do mundo todo e clubes temidos nos quatro continentes, o Brasil se tornou uma potência do futebol. No entanto, como um país sem nenhuma tradição no esporte se tornou um dos maiores campeões da modalidade? Muita coisa pode explicar o sucesso da modalidade, mas a origem da nossa força está também no começo da história do esporte no país.

Uma novidade da Europa

Em qualquer cidade do Brasil, há pelo menos uma das três coisas: uma igreja, uma praça e um campo de futebol. Na maioria delas, as três estão juntas, às vezes dividindo o mesmo espaço geográfico. Cada uma delas chegou ao país em um tempo diferente. A igreja, trazida pelos portugueses, aterrissou no nosso litoral em meados do século XV. As praças surgiram alguns anos mais tarde, com a criação das vilas.

O futebol, por outro lado, é o mais jovem dentre as três coisas que moldam as cidades brasileiras. Por aqui, a modalidade chegou no final do século XIX, no ano de 1894. Foi nesse ano que um brasileiro, mas filho de britânicos, trouxe na sua mochila uma bola murcha e um livro de regras. Charles Miller nasceu no Brasil, mais especificamente em São Paulo, uma vila que começa a se modernizar.

Ainda faltava muito para o Brasil ser considerado de fato um país. Havíamos acabado de nos separar de Portugal quando os pais de Miller decidiram enviá-lo para Inglaterra. Seu pai escocês e a mãe inglesa talvez estivessem preocupados com a precariedade das escolas brasileiras naquele momento. Com isso, Miller foi para a Inglaterra com 9 anos. Ele voltou ao país aos 20 anos com o diploma no bolso e um objeto na mochila que mudaria a história do país: a primeira bola de futebol do Brasil.

São Paulo dos Ingleses e do Futebol

Essa história é narrada pelo escritor britânico Josh Lacey em seu livro “Deus é Brasileiro: Charles Miller, o homem que trouxe o futebol para o Brasil”. Uma singela homenagem a esse homem pouco conhecido no país em que ele ajudou a dar identificação. Ao lado do críquete, tênis, rúgbi, boxe e atletismo, o futebol era um dos esportes mais populares do período vitoriano na Inglaterra.

No entanto, diferente dos demais que demandam equipamentos sofisticados, como críquete e tênis, ou físicos avantajados, como boxe e ciclismo, o futebol era um dos esportes mais democráticos, pois bastava uma bola e um espaço vazio. Espaços vazios não faltavam no Brasil, uma terra de dimensões continentais. O que faltava era a bola, que Miller trouxe na sua bagagem em retorno da Europa.

Ao que tudo indica, as primeiras partidas de futebol aconteceram em São Paulo, que tinha uma grande comunidade britânica. Muitos deles vieram para a região para trabalhar na São Paulo Railway Company, fundada em 1867 e de origem inglesa. Inaugurada em 1885, a rodovia foi importante para ligar a cidade, que era um entreposto comercial, ao interior, facilitando as exportações.

Nesse contexto, os ingleses que aqui estavam encontraram, na modalidade esquecida, que ganharia nova vida com o livro de regras e bola que Miller trazia na mochila, uma forma de recriar os laços com a longínqua Inglaterra. A receita deu tão certo que, 5 anos após o retorno de Miller, em 1888, os ingleses fundaram o primeiro clube de futebol do país: São Paulo Athletico Club, atual São Paulo Futebol Clube, que mantém ligações com os ingleses.

Depois, vieram outros clubes de futebol, todos eles com conexões fortíssimas com a comunidade inglesa no país. O segundo clube mais antigo é o Fluminense Football Club, fundado por filhos de imigrantes ingleses. Anos mais tarde, em 1910, o Corinthians foi fundado por operários de origem inglesa em homenagem a um dos clubes mais antigos da Inglaterra, o Corinthians FC, fundado em 1882.

Brasileiros livres e com as bolas nos pés

Ao longo dos anos, portanto, o futebol no Brasil foi um esporte praticado majoritariamente por ingleses. No entanto, aos poucos, os escravos recém-libertos após a abolição no Brasil em 1888, viram na modalidade uma oportunidade de terem um sustendo, posto que foram libertados sem qualquer tipo de compensação pelos anos escravizados.

Nesse terrível contexto, os antigos escravos trouxeram para o esporte a ginga que desenvolveram na capoeira e das danças tradicionais. Rapidamente, os grupos aprenderam as regras e se tornaram grandes jogadores de futebol. Um deles, seu Dondinho, fez fama no interior de Minas Gerais com sua habilidade acima da média.

Conhecido por ser um driblador e exímio cabeceador, habilidades que fazem dos jogadores brasileiros conhecidos no mundo todo, Dondinho também ficou conhecido por ser pai de um Rei. Foi ele e dona Celeste que trouxeram ao mundo Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé. Título que faz uma justa homenagem aos criados do esporte aprimorado pelos brasileiros.

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