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Os nomes de Lula

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O jeitinho brasileiro de se fazer política sempre realizado em cima de trocas de favores é algo que deveria deixar de existir

Nos últimos dias passamos a acompanhar com maior atenção as escolhas do presidente eleito Lula (PT) para a composição dos seus novos ministérios, a construção que vem se desenrolando vem causando algumas discussões sobre a forma que vem acontecendo.

Diferente de Bolsonaro, que iniciou o seu mandato com uma redução ministerial e tentou colocar pessoas do mesmo viés ideológico dele nas chefias das pastas, Lula vem desenhando uma composição ministerial bem no estilo dos governos petistas que já passaram pelo Planalto.

O que se vê até agora, além, é claro, da ampliação substancial de pastas na Esplanada são os nomes que estão sendo chamados para chefia-los. Natural sucessor de Lula, Fernando Haddad assume em poucos dias o Ministério da Fazenda, que havia sido anexado por Bolsonaro a pasta da Economia.

Outros nomes fortes também vêm sendo chamados pelo novo presidente a comandar pastas importantes para a construção do governo, como Flávio Dino na Justiça e Rui Costa (Casa Civil).

Os nomes citados acima são de pessoas que ganharam destaque nos últimos pleitos eleitorais, tornando-se grandes políticos. Nesse quesito, Lula começa a se cercar das pessoas consideradas certas para os cargos certos. Aqui fica nítido que não veremos tão brevemente, acontecer casos como o de Sérgio Moro, que de juiz virou ministro daquele que foi beneficiado pela prisão de seu oponente.

Ainda é importante citar o nome da cantora Margareth Menezes, que aceitou assumir o Ministério da Cultura, que para um País do tamanho do Brasil, estava fazendo falta na vida de todos nós.

Porém, ao começar a observar a bolsa de apostas para os cargos que ainda faltam, começamos a perceber alguns pontos que começam a chamar a atenção. O primeiro é a tentativa de partidos políticos ligados ao centrão, como é o caso do PP, passar a apoiar Lula, porém com amplas intenções de abocanhar pelo menos uma cadeira.

Essa jeitinho brasileiro de se fazer política sempre realizado em cima de trocas de favores é algo que deveria ao menos nesse momento deixar de existir.

Afirmo isso pois durante quatro anos todos os ministérios brasileiros tornaram-se abrigos para pessoas completamente desconexas com a realidade do País. Aqui podemos citar “n” casos. Temos Regina Duarte na Cultura, os muitos ministros da Educação, os chefes da pasta da Saúde que durante uma pandemia mortal eram defensores de remédios sem eficácia, ou de um Ricardo Salles que ao chefiar o ministério do Meio Ambiente afirmou que era a hora de passar a boiada e liberar tudo.

O momento agora na composição ministerial, quando Lula teve em um segundo turno apoio de partidos como o MDB, era o de escolher sim os nomes técnicos para cuidar das pastas certas. A esplanada dos Ministérios em Brasília precisa deixar de ser um abrigo para aqueles compadres, que como chefes de importantes pastas de nada acrescentaram.

Outro ponto importante que deve ser levado em consideração nesse momento é a diversificação dos chefes, ainda faltam muitas mulheres, negros, indígenas nas coordenações dos ministérios. Todos nós sabemos que Margareth estará na Cultura e que Tebet deve coordenar o Desenvolvimento, porém é necessário ir além.

Lula foi muito criticado por uma parcela do mercado quando começou a ventilar o nome de Haddad para a Fazenda, mercado esse que não teve a mesma agilidade quando batemos 33 milhões de pessoas na linha da fome. Porém, o novo presidente foi lá e peitou aquilo que ele entendia ser o melhor para aquele ministério.

Esse movimento deve continuar a existir na construção e escolha de outros nomes, pois será apenas assim que o Brasil poderá se livrar em definitivo da política de conchavos instituída por Bolsonaro e que transformou Arthur Lira num segundo presidente.

É claro que tudo pode mudar, faltam duas semanas para Lula subir a rampa do Planalto pela terceira vez, porém é preciso que o que se observou nos últimos quatro anos, fique apenas no passado.