segunda-feira, 6

de

maio

de

2024

ACESSE NO 

O fim de Succession: genialidade ou blefe?

Últimas Notícias

Série encerrou dividindo opiniões

O MUNDOS DOS SUPER-RICOS

- Ads -

Terminou recentemente na HBO uma das séries de maior sucesso da emissora: Succession. A trama, que se estendeu por quatro temporadas, mostra o megaempresário do setor de comunicação e resorts, Logan Roy (Brian Cox), à beira da morte. Começa aí uma disputa entre os quatro filhos pelo patrimônio do pai. O mais velho, um político idealista, orbita em torno dos outros três, ávidos por poder. O mais ansioso é Kendall (Jeremy Strong), que ao longo das três primeiras temporadas torna a vida do pai “ressuscitado” em um inferno. Shiv (Sarah Snook) e Roman (Kieran Culkin, sim, irmão do  Macaulay) ora pendem ao pai, ora a Kendall.

É nesse racha que se chega a derradeira temporada da série onde, então, se define o destino das empresas da família Roy. O interesse de um excêntrico gigante da tecnologia, um sueco que entra na jogada pelo império, pontua a temporada que mantém a média das demais em termo de qualidade. Um fato que muda tudo (sem spoilers) coloca a série na reta final.

Até aqui um resumo do que muitos dos que ainda não viram Succession já sabem, cabe a questão: vale a pena maratonar a série? Bom, vejo um pouco de exagero na comoção que se formou em torno de Succession. Mr Maisel é muito superior e, contudo, terminou com poucas manifestações tão fervorosas. Há, sim, um bom texto, uma boa direção e atuações que têm lá seus pontos altos. Mas há uma enrolação sem fim. Há um sentido de urgência que na maioria das vezes não tem sua razão de ser já que cisca de lá, cisca de cá e a história volta a estaca zero. Só andou porque os produtores tiveram a sábia ideia de encerrá-la antes que o espectador se tocasse dessa enrolação.

O que me atrai mais na série é conhecer um pouco do mundo dos super-ricos, aqueles que andam de helicóptero como quem anda de bicicleta e têm uma SUV com motorista esperando por eles na pista mais próxima de onde eles desejam ir. Aqueles que decidem ir de um país para o outro e vão em questão de horas. Que comem nos melhores restaurantes e dormem nos mais espetaculares hotéis. O charme de Succession está justamente em não esfregar isso na cara do espectador, mas exibir isso casualmente como se fôssemos um personagem da série boquiaberto com tamanho luxo diante de certa indiferença dos personagens com o ambiente em que vivem. Como se isso fosse o normal da maioria das pessoas.

Outro ponto interessante é justamente o inverso disso, quando os irmãos Roy têm surtos de poder, querendo que o mundo se mova naquele exato segundo conforme suas vontades.

Diz-se que Succession foi inspirada em Rei Lear, de Shakespeare. Muitos veem nisso uma certa profanação a obra do bardo inglês. Bobagem. Shakespeare inspira zilhões de histórias. A diferença é a execução. Neste caso, creio que se vivo estivesse Shakespeare diria que pegaram sua obra como inspiração e fizeram outra totalmente diferente. Vejo nisso mais um ponto a favor de Succession.

- Ads -
Olá, gostaria de seguir o JMais no WhatsApp?
JMais no WhatsApp?