Série nacional cala qualquer comentário sobre inferioridade de produto nacional
ELETRIZANTE
Quem é fã de séries sabe o quanto é difícil uma temporada que supere a primeira já que, toda série só tem novas temporadas se a primeira for muito boa, diria, excepcional para os padrões de ouro do momento atual da TV e streamings.
Contudo, há raras exceções. Bom Dia, Verônica é uma delas. A segunda temporada disponível na Netflix supera a primeira. Méritos da ainda mais intensa interpretação de Tainá Müller, no papel da protagonista, e de um assombroso Reynaldo Gianecchini, que amadureceu como ator e tem aqui seu melhor desempenho.
Após a morte de Brandão (Eduardo Moscovis), Verônica teve que fingir a própria morte para proteger a sua família. Agora, o caminho da policial cruza com o de Matias Carneiro (Gianecchini), um líder religioso a la João de Deus que usa de seu poder para abusar sexualmente de mulheres. Ao se aprofundar na investigação, Verônica descobre toda uma máfia liderada por Matias, assim como crimes cometidos por ele contra a própria filha e esposa.
Ao deixar uma trama restrita ao policialesco para ousar enveredando pelo fanatismo religioso e os falsos profetas, a série marca um gol de placa, mantendo o interesse do espectador, que não sente ser esta segunda temporada um simples adendo da primeira que visa esclarecer as pontas soltas da estreia.
O fato de serem seis episódios rápidos contribui para a intensidade com que a série nos fisga. Bom Dia, Verônica é a série capaz de calar qualquer crítico de produto audiovisual brasileiro. Em cartaz em outros países é do tipo de produto que nos orgulha.
