O atual secretário de Agricultura teria negociado a propina diretamente com sócios da Serrana
O ex-presidente do Serviço Autônomo de Água e Saneamento Ambiental de Três Barras (Samasa), Ernani Wogeinaki, que atualmente é secretário de Agricultura e Meio Ambiente do município, recebia R$ 12 mil mensais em propina da Serrana Engenharia de acordo com denúncia apresentada pelo Ministério Público (MP).
As informações levantadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço armado do MP, dão conta de que Wogeinaki participou do esquema da Serrana de 2017 a 2021. Na primeira data foi empossado como presidente da autarquia e na segunda deixou o Samasa para se tornar secretário municipal.
A delação premiada de um dos sócios do grupo Serrana afirma que Wogeinaki pediu propina e diversas outras vantagens que não foram especificadas. Inicialmente, recebia R$ 2 mil por mês, mas com o passar do tempo teria exigido cada vez mais dinheiro conforme eram feitas renovações e aditivos no contrato da Serrana com o município. O delator afirma que o valor recebido mensalmente por Wogeinaki era similar ao destinado a Shimoguiri: R$ 12 mil.
MECANISMO DE ENTREGA
O mecanismo de entrega da propina a Wogeinaki teria funcionado de forma diferente do que o “mensageiro” praticava com o prefeito Luiz Shimoguiri, que recebia a propina em seu gabinete ou em sua residência. Com Wogeinaki, os repasses costumavam ocorrer em um posto de combustíveis de Mafra.
Os investigadores relataram que o “mensageiro” fazia contato telefônico com o político e combinavam o horário da entrega. Então os dois se deslocavam ao posto que fica às margens de uma rodovia.
CONTRAPONTO
Wogeinaki não tem respondido aos pedidos de entrevista feitos pelo JMais. Se houver manifestação por parte do secretário este texto será atualizado com o posicionamento dele.
