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abril

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Moisés domesticou deputados, e não o contrário

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Apesar dos dois processos de impeachment, foi o governador quem dobrou os parlamentares

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DOMADOS

COLUNA DE DOMINGO Engana-se quem acha que os 40 deputados estaduais domaram o governador Carlos Moisés ao colocar uma faca no seu pescoço por duas vezes através dos processos de impeachment. Foi ele, Moisés, quem domesticou os parlamentares.

Explico: Para quem é marinheiro de primeira viagem e enfrentou uma pandemia no primeiro mandato eletivo que ocupou na vida, Moisés foi extremamente hábil. Com a desculpa do “arrumando a casa”, passou dois anos dentro do gabinete recebendo somente os aliados. Fechou os cofres para as despesas mais básicas – lembram do deputado Mauricio Eskudlark denunciando falta de limpeza no entorno de escolas?.

A pandemia só o ajudou a firmar esse posicionamento em 2020. As despesas mais caras que a pandemia trouxe, como a abertura de novos leitos de UTI, foram integralmente pagas pelo Governo Federal. Quando o Estado resolveu investir comprou respiradores que nunca existiram. Os deputados perceberam a inércia e a má vontade de Moisés com seus pleitos e pinçaram o possível para ver o governador fora. Entrou uma Daniela Reinehr pra lá de perdida no meio da história e, só por ver nela um perigo maior, eles devolveram o mandato a Moisés.

Mas não foi só a incompetência de Daniela que devolveu o mandato a Moisés. Na quarentena do afastamento, ele desceu do pedestal onde tinha se colocado e fez o necessário beija-mão aos deputados. A demonstração de humildade foi bem recebida, mas, na verdade, era pura estratégia de quem de bobo não tem nada.

Moisés voltou com a pandemia no pico. Mas, em termos de recursos continuou gastando o dinheiro federal, enquanto estocava, como fez desde o começo do mandato o grosso do dinheiro do Estado.

A pandemia arrefeceu e ele colocou a segunda parte do plano de retorno em prática. Atendeu a pleitos dos 40 deputados, abriu licitações, correu o Estado distribuindo recursos milionários (esteve até em Calmon, cidade que na história recente não tinha recepcionado um governador) e surpreendeu com medidas inovadoras como a liberação de R$ 1 mil por habitante das 50 cidades mais populosas do Estado.

Canoinhas viu efetivar-se a compra do Sagrado Coração de Jesus e se prepara para ver, em 2022, a recuperação total da SC-477, principal pleito da região.

Dessa forma, analisando agora com olhar mais atento, não foram os parlamentarem que domesticaram Moisés. Foi ele que se precaveu de um revés atendendo seus pleitos de modo estratégico no penúltimo ano de mandato. Nenhum macaco velho da política poderia ser mais esperto. Moisés entrará com o pé direito em 2022 e, quem diria, como principal player da disputa eleitoral.

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