Comunicação da PX Energy afirmou que até o momento ainda não foi informada sobre o inquérito civil
O Ministério Público do Paraná, por meio da 1ª Promotoria de Justiça de São Mateus do Sul, instaurou na terça-feira, 24, um inquérito civil para apurar denúncias de mau odor causado pelas atividades da empresa PX Energy em São Mateus do Sul. A decisão foi motivada por diversas reclamações de moradores da cidade, tanto da área urbana quanto rural, que relataram sintomas como dores de cabeça, náuseas, ardência nos olhos e dificuldades respiratórias, atribuídos ao forte cheiro de enxofre no ar.
A situação ganhou destaque após reportagens relatarem o problema e a própria PX Energy admitir falhas técnicas em um dos equipamentos da planta, o que teria provocado alterações nas emissões atmosféricas. A empresa informou que opera com carga reduzida e prometeu ajustar os sistemas para minimizar os impactos.
O promotor responsável, Philipe Salomão Marinho de Araujo, ressaltou que, mesmo que os índices de emissão estejam dentro dos limites legais, o desconforto causado à população já justifica medidas reparatórias. A promotoria deu cinco dias úteis para a empresa apresentar esclarecimentos técnicos sobre o ocorrido, além de cópias das licenças ambientais e planos de monitoramento.
A Promotoria também reforçou que o descumprimento da requisição poderá gerar responsabilidade civil e criminal, e que o caso seguirá acompanhado, podendo haver novas ações junto aos órgãos ambientais conforme a evolução dos fatos.
Câmara de Vereadores
Na sessão de terça-feira, 24, o vereador de São Mateus do Sul, Wagner Wolff, protocolou um requerimento destinado à empresa PX Energy para fala sobre o mesmo assunto.
Ele solicitou esclarecimentos sobre os fatores causadores do odor, possíveis partículas tóxicas no ar, formas de monitoramento da qualidade do ar e se a empresa tem conhecimento de ações judiciais anteriores contra a Petrobras pelo mesmo motivo.
A intenção é saber se há medidas sendo estudadas para reduzir o impacto ambiental da industrialização do xisto.
PX Energy
Em questionamento feito pela RDX na manhã desta quarta-feira, 25, para a comunicação da empresa, foi informado que até o momento o setor ainda não foi informado sobre o inquérito civil.
Eles mantêm a mesma nota oficial divulgada nesta semana:
“Em função de manifestações recebidas da Comunidade São-mateuense no último final de semana, esclarecemos que concluímos nossa Parada para manutenção na primeira semana de junho de 2025. Durante o período de parada, as emissões foram reduzidas significativamente.
No período de transição, na partida planta, é natural a ocorrência de oscilações pontuais nas emissões atmosféricas. Entre os serviços de manutenção previstos estavam a recondicionamento da nossa Unidade de Recuperação de Enxofre – URE, todos realizados. Entretanto, no último final de semana um dos componentes do sistema, provavelmente um permutador que teve seus componentes totalmente substituídos, apresentou problemas, com reflexos em nossas emissões. Ajustamos nosso processo para minimizar possíveis impactos.
Estamos programando a intervenção no equipamento. Vamos operar com carga reduzida e trabalhar para minimizar emissões, todavia, podem ocorrer alterações que, combinadas com a situação climática − teremos temperaturas próximas de zero grau nos dois próximos dias – podem dificultar a dispersão e gerar odores.
Cabe esclarecer que nossas emissões são controladas e os sistemas configurados para o tratamento adequado dos gases, tanto na sua transformação quanto dispersão. Os elementos presentes em nosso processo, em função de sua concentração e dispersão, não apresenta riscos à saúde da população.
Adicionalmente, informamos que o Instituto Água e Terra – IAT foi informado da condição atual e da necessidade de intervenção.”