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Lactantes relatam dificuldades para conseguirem receitas de vacina contra a covid em Canoinhas

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Uma delas relatou que médico obrigou que ela apertasse o seio em sua frente

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Desde a semana passada Canoinhas está vacinando contra a covid- 19, lactantes em todas as fases da amamentação, porém, mães têm relatado dificuldades em conseguir a receita médica com indicação para a vacina nos postos de saúde do Município. O JMais recebeu três diferentes relatos.

“Liguei de manhã na UBS central falaram que fariam o cadastro, cheguei lá na parte da tarde não fizeram, a moça explicou que os médicos não querem fazer a declaração por medo de possível reação da vacina! Mas como assim? Os médicos estão com medo? E nós estamos como então?
No mínimo preocupada sem saber se tomar a vacina será seguro para nós e nossos pequenos e se vamos conseguir fazer esse cadastro”, relatou uma lactante.


Essa mensagem, recebida, na semana passada, se somou a outra relatando o mesmo problema, questionando se precisaria pagar uma consulta para conseguir a receita já que nenhum médico estava prescrevendo a vacina nos postos de saúde. A reportagem procurou a secretária de Saúde de Canoinhas, Kátia Oliskovicz, e ela admitiu o problema, ressalvando que na sexta da semana passada houve um estudo intensivo com todos os médicos e, na sexta ainda, todos os médicos estavam prescrevendo a vacina.

Depois disso, Rosalina Pereira relatou em um grupo no Facebook uma situação constrangedora: “Eu gostaria de saber se alguma das mulheres que foram no posto de saúde do Campo d’Água Verde pedir a declaração para tomar a vacina da covid teve de tirar leite na frente do médico para provar que amamentava? Achei ridículo, uma falta de respeito com as mães. Cadê a secretária da saúde? Vamos ver se você vai tomar uma atitude sobre isso. Humilhação por uma declaração de vacina da covid.”

A postagem veio acompanhada de apoios e críticas. “Meu Deus, que constrangimento! Se tem relatos de outras mães que não precisaram passar por isso, qual será a explicação? Não teria que ser um procedimento padronizado?”, escreveu Maiara Fragoso. “Eu fui uma das que foi pegar a declaração e achei justo, levei minha filha junto e amamentei ela na frente deles, não é vergonha. Não há outra maneira de provar que amamenta, seria fácil chegar lá e falar que amamenta, assim muitas que nem tem filhos iriam tomar”, postou Ana Carvalho dos Santos.

Consultada novamente, a secretária de Saúde disse que a pasta está apurando a conduta do médico.

VACINAÇÃO OCORRE ÀS TERÇAS

A Secretaria de Saúde de Canoinhas está disponibilizando um dia fixo para a vacinação contra a covid-19 de gestantes, puérperas e mamães que amamentam. Toda terça-feira, das 8h às 11h30, é possível ser imunizada na Unidade de Saúde Central. Todas devem apresentar declaração médica com a prescrição da vacina.

VACINA É SEGURA?

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), através dos Departamentos Científicos de Aleitamento, Imunizações e Infectologia, publicou em maio o documento científico “Vacinação contra covid-19 em lactantes”. Considerando a situação do Brasil, onde há disponíveis vacinas, mas não há estudos específicos sobre alguns grupos (como gestantes, puérperas e lactantes), este material tem como objetivo trazer uma revisão sobre os dados disponíveis a respeito do tema.

Para a SBP, é recomendada a vacinação contra a covid-19 para lactantes. A orientação segue o que preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS), que se posiciona claramente ao afirmar que, se a lactante é pertencente a um grupo no qual a vacinação é recomendada, ela deve ser oferecida. Além disso, a SBP não aconselha a interrupção da amamentação após a vacinação.

O documento analisa, ainda, que as duas vacinas mais utilizadas até o momento no Brasil, Coronavac (Sinovac/Butantan) e AstraZeneca/Oxford/Bio-Manguinhos, são consideradas conceitualmente vacinas inativadas. O principal documento nacional, que define as ações vacinais do Sistema Único de Saúde (SUS), orienta a vacinação de gestantes e lactantes com precaução, caso a mulher e o seu médico prescritor decidam, de forma compartilhada, pela aplicação.

Outros documentos também foram publicados seguindo a mesma linha de orientação da nota do Ministério da Saúde, entre eles o da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); um consenso das filiadas Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro (SGORJ) e Associação de Obstetrícia e Ginecologia de Santa Catarina (SOGISC); e o The American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG). Por outro lado, além da OMS, outras entidades internacionais se posicionaram a favor da vacinação nestes grupos, especialmente em lactantes.

No documento, a SBP destaca o benefício da vacinação da gestante e/ou da lactante, que é propiciar a proteção destas mulheres contra a covid-19, diminuindo, portanto, o risco teórico de transmitir a infecção aos filhos destas mães vacinadas. Além disso, o leite materno contém anticorpos (IgA secretória contra o SARS-CoV-2) que poderiam potencialmente proteger o bebê amamentado.

A SBP enfatiza, ainda, a recomendação da vacinação de mulheres que, na sua oportunidade de vacinação, estiverem amamentando, independentemente da idade de seu filho, sem necessidade de interrupção do aleitamento materno, ressaltando todos os benefícios de ambas as ações. 

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