Candidato afirma que médico não tem formação na área
PEDIATRA
O juiz Victor Luiz Ceregato Grachinski atendeu a pedido do médico Marcos Vinicius da Silva e mandou a campanha de Paulo Basilio (MDB) suspender a veiculação de vídeos que se referem ao profissional, questionando sua formação.
Essa questão teve início no debate da Rádio Clube, promovido no sábado passado, quando Basilio apresentou cópia de consulta ao Conselho Regional de Medicina que confirmaria que um dos médicos que atendem na UPA (a coluna pediu cópia do documento, mas Basilio não nos forneceu) não teria a especialização em pediatria.
De fato o Ideas, que administra a UPA, admitiu que um dos médicos (nem o Ideas, nem Basilio citaram nomes) não teria especialização, mas seria pós-graduado em pediatria (em Medicina são duas coisas distintas). No dia seguinte, o Ideas enviou nota afirmando que “o atendimento pediátrico na unidade é realizado, atualmente, por três médicos devidamente registrados no Conselho Regional de Medicina (CRM) com o Registro de Qualificação de Especialista (RQE) em Pediatria. Em ocasiões excepcionais, quando não foi possível completar a escala com todos os profissionais com RQE em Pediatria, a cobertura foi assegurada por um médico clínico-geral com especialização em Pediatria, conforme orientação e validação prévia junto ao CRM, garantindo que o atendimento à população não fosse interrompido.”
Mesmo assim, Basilio continuou explorando o assunto em vídeos em suas redes. Chegou a afirmar que o médico teria falsificado o documento que confirmaria sua formação. No vídeo, que até a manhã desta quinta, 3, estava no ar, Basilio levanta suspeita sobre outra médica que atende na UPA.
A decisão do juiz é liminar, ou seja, Vidal não entrou no mérito (analisou) da denúncia, apenas concedeu essa medida prévia para garantir que, caso Silva tenha razão, já esteja assegurada a medida justa. O magistrado destaca que, em primeira análise, conforme os documentos apresentados pelo médico, ele tem, sim, formação em pediatria. “No que se refere ao perigo de dano, constato que as informações estão sendo divulgadas por meio das redes sociais em disputa eleitoral local, para toda a população de Canoinhas, fato que pode prejudicar o atendimento médico que é prestado pela parte autora (…) Destaco que não cabe neste processo nem a este Juízo analisar a pertinência ou não da manutenção dos vídeos na propaganda eleitoral. O presente feito visa apenas ao resguardo da imagem, notadamente a profissional, da parte
autora”, anotou o juiz.
Se Basilio não retirar os vídeos do ar em 24 horas, terá de pagar multa diária de R$ 1 mil.
CONTRAPONTO
A assessoria jurídica da campanha de Basilio emitiu nota informando “que está tomando as medidas necessárias para solicitar a revogação da liminar concedida, tendo em vista que os documentos apresentados pelo médico não comprovam sua especialização em pediatria no estado de Santa Catarina. A decisão liminar em questão foi concedida com base em documentos que, após minuciosa análise, não demonstram de maneira inequívoca a qualificação necessária para o exercício da especialidade em pediatria. Desta forma, a assessoria jurídica de Paulo Basílio tomará as providências cabíveis para a revisão da decisão, apresentando elementos probatórios que comprovam a ausência de vínculo do referido profissional com a especialidade alegada.
Ressaltamos que, em respeito ao princípio da transparência e à observância dos direitos constitucionais, todas as medidas estão sendo tomadas dentro dos parâmetros legais, com o devido respaldo jurídico, buscando assegurar a correta apuração dos fatos e o cumprimento da legislação vigente.”
GUERRA DE AÇÕES
Na guerra de ações entre Basilio e Juliana, os advogados dos dois lados estão trabalhando intensamente. O ingresso na Justiça comum por parte do médico da UPA se deu depois de o juiz eleitoral Eduardo Veiga Vidal negar liminar para a retirada dos vídeos veiculados por Basilio.
DEBATE
A tensão entre os dois deve aumentar no debate da noite desta quinta, 3, promovido pelo JMais. Começa às 20h com transmissão ao vivo pelo nosso canal no YouTube. É o último e decisivo debate destas eleições.
EXEMPLO
Os candidatos a prefeito de São Mateus do Sul deram uma aula de como se promove uma discussão de alto nível, inteligente e baseado em propostas. O debate desta quarta, 2, que teve a participação do JMais na organização, teve farpas, provocações e insinuações, mas o que predominou foi o campo das ideias e propostas. Deveria ser assistido por todo e qualquer candidato. (veja aqui)
CONTRAPONTO
O sargento Arlei, citado no boletim de ocorrência registrado por eleitores do candidato a prefeito de Bela Vista do Toldo, Dauvã Mizwa (PT), entrou em contato com a coluna para negar as acusações. Ele disse que foi muito bem tratado pelas eleitoras e em momento algum fez qualquer ameaça.
Um dos cabos eleitorais de Arlei registrou boletim de ocorrência contra integrantes do comitê de Mizwa, que o teriam ameaçado logo depois do episódio.
PESQUISA
O juiz eleitoral, Eduardo Veiga Vidal, negou liminar que suspendia de imediato a divulgação de pesquisa da Nilson Antonio Gonçalves de Souza Ltda. que dá vantagem a candidata a prefeita de Canoinhas, Juliana Maciel Hoppe (PL). Não significa que o juiz julgou o pedido feito pela campanha de Paulo Basilio (MDB). Ele apenas negou atender o pedido de imediato para depois analisar o mérito.
CONCEDIDO
O mesmo magistrado atendeu ao pedido da campanha de Cleverton Durau (Podemos) e mandou o vereador Willian Godoy (PSD) excluir “as mensagens citadas na inicial, no prazo de 24 horas, e que se abstenha de divulgar fatos sabidamente inverídicos com relação aos representantes, sob pena de multa.”
Os “fatos inverídicos”, no caso, seria a insinuação de Godoy de que Durau seria um preposto de Juliana Maciel Hoppe (PL). Em um grupo de WhatsApp ele pede que os membros divulguem essa “informação”.
BUSCANDO
A oficial de Justiça designada para intimar a prefeita Juliana Maciel Hoppe (PL) sobre o processo relacionado ao suposto uso de um templo religioso para fazer campanha tem encontrado dificuldades para localizá-la. Nos últimos dias foram cinco tentativas.
Procurada pela coluna, Juliana respondeu que “Estou a todo tempo fazendo campanha nas ruas de Canoinhas. O que se vê hoje é uma atuação de meus adversários que entram com processos e depois transformam em notícia negativa na imprensa. Nesse caso, veículos de imprensa que possuem notório interesse na eleição chegaram a dizer que eu era procurada da Justiça, o que é uma mentira e mais um ataque absurdo. Estou na rua, todos os dias falando com as pessoas e mostrando as nossas propostas – fato que pode ser perfeitamente comprovado em minhas redes sociais.”
BANDEIRA
O juiz eleitoral também deferiu parcialmente pedido para retirada de bandeiras que estariam irregulares, da campanha de Tito Pires (PSB), em Bela Vista do Toldo.
O magistrado lembra que a legislação permite a “colocação de mesas para distribuição de material de campanha e a utilização de bandeiras ao longo das vias públicas, desde que móveis e que não dificultem o bom andamento do trânsito de pessoas e veículos.” A questão é que as bandeiras estariam no mesmo local há dias. “Ante o exposto, defiro parcialmente a liminar, pelo que determino a retirada das bandeiras da via pública no horário vedado pela legislação (das 22h às 6h), sob pena de multa”, sentenciou o juiz.
IRINEÓPOLIS
O uso indevido de uma música para compor um jingle de campanha levou a juíza eleitora Letícia Bodanese Rodegheri Marafon deferir um pedido para retirada da peça musical da campanha do candidato a prefeito Carlos Silva (MDB).
GUERRA DO PEDIATRA
Juliana Maciel Hoppe (PL) entrou com ação contra a campanha de Paulo Basilio (MDB) por, segundo ela, divulgar propaganda eleitoral irregular, ao afirmar que o médico entrevistado por Juliana em sua propaganda eleitoral não é pediatra.
O juiz negou liminar e pediu manifestação ao Ministério Público e ao jurídico de Basilio para então sentenciar.
DÚVIDA CRUEL
Seria o pediatra a “dona Maria das coxinhas” destas eleições?
MENSAGEIRO

Dos 28 prefeitos que foram presos desde agosto de 2020 em Santa Catarina, dois deles continuam detidos. Um deles é justamente o primeiro deles, Orildo Servignini, ex-prefeito de Major Vieira, que já tem condenação pelos crimes investigados. O outro é Douglas Elias da Costa, detido em janeiro deste ano.