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Isso já não é tão Black Mirror

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Série entra na sexta temporada com altos e baixos

ALTOS E BAIXOS

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A sexta temporada de Black Mirror, a série da Netflix que se tornou hit ao adivinhar muita coisa que já está acontecendo ou se encaminha para acontecer, tem sido alvo de muitas críticas. Até a poderosa Anitta twittou críticas a série. A impressão de que isso já não é tão Black Mirror assim dominou os fãs, porém, devagar com o andor porque a coisa não desandou tanto assim, não.

Os cinco episódios da temporada têm altos e baixos e pelo menos um dos episódios honra toda a trajetória da série. Beyond the Sea, o terceiro episódio, mistura a nostalgia com a tecnologia e consegue tocar nossos corações talvez como San Junipero conseguiu. Na história, temos uma versão alternativa de 1969, quando a tecnologia teria permitido a criação de réplicas robóticas de seres humanos perfeitas e impecáveis. Dessa forma, é possível que dois astronautas tenham réplicas na Terra enquanto orbitam o universo anos a fio. Uma tragédia, contudo, torna essa harmônica alternância entre réplica e ser vivo em uma história muito Black Mirror.

A temporada começa com Joan é Péssima, outro título que honra a trajetória da série ao iniciar com uma trama bem bolada que, infelizmente, degringola para um final que erra feio ao alternar entre o cômico e o patético. Joan é recursos humanos de uma grande empresa de tecnologia que se surpreende ao ligar a TV na Streamberry (corruptela de Netflix, claro) e descobre que a sua vida está sendo encenada praticamente em tempo real. Ao correr atrás de seus direitos descobre que nas letras miúdas do contrato de assinatura do serviço de streaming havia uma cláusula que permitia que a empresa usasse inteligência artificial para reproduzir sua vida. Isso é tão Black Mirror que na semana passada atores de Hollywood entraram em greve para protestar contra o avanço da inteligência artificial que pode comprometer sua profissão. Os estúdios pressionam para que os atores cedam direitos de suas imagens para serem “experimentados” em avatares.

O que há de Black Mirror fica mesmo nestes dois episódios. Um vislumbre pode ser visto em Loch Henry, quando a busca pela consagração como documentaristas leva um casal a desencavar uma sinistra história do passado.

Mazey Day é uma bobagem que está ali para preencher espaço. Por fim, Demônio 79 não tem nada a ver com o escopo da série, estando ali de modo inexplicável. Trata-se de um terror muito simplista que emula histórias pra lá de batidas.

Dessa forma, você que curte a série (se não curte, recomendo que comece logo a assistir) precisa analisar os episódios de modo separado. Há, de fato, muitos altos e baixos entre os cinco episódios.

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