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Erro de cálculo coloca governo Passos em sinuca de bico

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Sem conseguir fechar as contas para 2022, governo quebra a cabeça para definir o que causará menor impacto

COBERTOR CURTO DEMAIS

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COLUNA DE DOMINGO O governo Beto Passos entrou em uma bela sinuca de bico para fechar o orçamento do ano que vem. Tanto que o projeto original já foi alterado duas vezes e somente na penúltima sessão do ano da Câmara de Vereadores vai entrar na pauta pra ser aprovado a toque de caixa. Com o cobertor curto demais, o governo ficou entre a cruz e a espada.

Na reunião de sexta-feira, 17, o secretário de Administração, Diogo Seidel, pediu desculpas ao colega da Habitação, Mario Erzinger, por somente reservar R$ 100 mil para a pasta ao longo de 2022, literalmente um valor que não dá pra se fazer nada.

O drama do governo se dá por um erro de cálculo. Em 2019, a fim de agradar os professores, prefeito Beto Passos (PSD) elevou os gastos com salários, significativamente, concedendo benefícios historicamente reivindicados pela categoria. Lá já se acendia a luz amarela. Segundo o governo, os ajustes nas contas permitiam o pacote de bondades. O funcionalismo, claro, comemorou.

O que poderia se chamar de uma tempestade perfeita aconteceu neste ano. A Justiça deu ganho aos professores efetivos em uma ação que tramitava desde 2011, garantindo um custo extra de R$ 1 milhão aos cofres públicos todos os meses. Com o arrefecimento da pandemia, as aulas presenciais retornaram, os custos aumentaram para manter as escolas e, pra piorar, a arrecadação despencou. A solução: aumentar impostos (como?) ou cortar gastos.

Na bacia das almas, os admitidos em caráter temporário (ACTs) foram os primeiros a perder, mas ao que tudo indica pela explanação de sexta, não serão os únicos. Tudo indica que o governo esteja estudando como cortar benefícios concedidos em 2019.

Muito se falou em cortar na própria carne com o vice-prefeito Renato Pike (PL) propondo que todo o funcionalismo perca 30% do salário, inclusive ele. Não é bem assim. Mexer em direitos adquiridos é tocar um vespeiro. Lá em 2011 o então prefeito Leoberto Weinert (MDB) sabia disso e, por mais injusto que parecesse (e foi) amarrou os professores com vantagens momentâneas para ganhar folga a longo prazo. Deu certo. Empolgado com a possibilidade de deixar o primeiro mandato como o prefeito mais sensível aos pleitos dos professores dos últimos tempos, Passos abriu os cofres e, agora, se vê obrigado a fechar sem saber exatamente como proceder.

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