quinta-feira, 25

de

abril

de

2024

ACESSE NO 

Deputado diz que viagem política de Moisés impediu atendimento médico a criança

Últimas Notícias

Uma das primeiras medidas de Carlos Moisés como governador foi vender aeronaves do governo

- Ads -

No dia 8 de março, um recém-nascido com três dias de vida precisava com urgência ser levado de Caçador ao Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, após ser diagnosticado com uma síndrome rara chamada de Sequência de Robin.

Ao requisitar o Arcanjo-06 para fazer o deslocamento da criança, o médico regulador de voo, da Superintendência de Urgência e Emergência da Secretaria de Estado da Saúde, negou a transferência do bebê, pois a aeronave estaria em missão do dia 8 de março até, possivelmente, a manhã de 10 de março (leia o email com a resposta abaixo).

Cópia do email enviado em resposta a solicitação/Reprodução

No dia 8 de março, o Arcanjo-06 levou o governador Carlos Moisés da Silva (Republicanos) para Joinville e no dia 9, de Joinville à Brasília para Moisés assinar a nova filiação partidária.

O deputado Bruno Souza (Novo) protocolou Pedido de Informação à Casa Civil solicitando esclarecimentos sobre o uso da aeronave Arcanjo-06 para o deslocamento do governador a este e outros compromissos pessoais.

O Arcanjo-06 é um avião ambulância utilizado pelo Corpo de Bombeiros no resgate de vítimas em situação grave. O contrato, com valor anual estimado em R$ 7,34 milhões, é assinado pela Secretaria de Estado da Saúde, mas são recorrentes os pedidos da Casa Civil do Estado para uso da aeronave, o que não corresponde com a finalidade da contratação do avião. Uma das primeiras atitudes de Moisés foi vender os dois aviões que eram usados pelos governadores anteriores.

Conforme Anexo I do Edital de Licitação, a locação da aeronave se destina a “execução de transporte aeromédico, operações de busca, resgate, salvamento, transportes de órgãos vitais, ações de Defesa Civil e apoio a órgãos públicos e dignitários.”

No Termo de Referência do processo licitatório, a justificativa para o emprego do Arcanjo-06 no transporte de dignitários é “transporte de dignitários é necessário em situações de catástrofe e calamidades que envolvem o Estado de Santa Catarina periodicamente”.

Mas não foi o que aconteceu também no dia 6 de novembro de 2021, quando o Arcanjo-06 foi utilizado para levar o governador Carlos Moisés a São Paulo, onde embarcaria em um voo internacional para uma conferência do clima na Europa.

Além disso, de acordo com documentos que podem ser acessados no SGPE, segundo Souza, há solicitações da aeronave pela Casa Civil para deslocamentos para Bonito (MS) (20/01/22 e 25/01/22), São Paulo (SP) (27/01/22), Curitiba (PR) (31/01/22), Brasília (DF) (01/02/22), entre outros.

Souza segue fiscalizando e buscando mais informações sobre o uso indevido da aeronave, além de denunciar o caso ao Ministério Público e Controladoria-Geral do Estado.

“É ilegal e imoral usar um transporte, pago com dinheiro público, para compromissos particulares, deixando, possivelmente, de atender a casos de emergência que podem ocorrer a qualquer momento e colocando em risco a vida do catarinense”, enfatiza Souza.

Com relação ao recém-nascido de Caçador, o bebê foi transferido por outra aeronave na manhã do dia 9 de março, mas só depois de articularem uma segunda opção frente à negativa do Arcanjo-06, aeronave contratada justamente para assistências de saúde.

- Ads -
Olá, gostaria de seguir o JMais no WhatsApp?
JMais no WhatsApp?