A temporada de 2025 que tinha tudo para ser muito promissora para o Cruzeiro, considerando o final da temporada 2024 em alta com o time chegou à decisão da Copa Sul-Americana, vai se tornando um pesadelo. Isso porque ao fim dos primeiros 4 meses do ano, a Raposa vem decepcionando em todas as competições disputadas mesmo com as contratações de peso e, consequentemente, altos valores investidos sem o devido retorno.
Nesse contexto, o sinal de alerta foi oficialmente aceso após a derrota para o Palestino-CHI por 2×1 fora de casa na 3ª rodada do grupo E da Sul-Americana 2025. O resultado se soma a outras frustrações nesses primeiros meses de ano — eliminação para o América-MG na semi do estadual e oscilação no Brasileirão — mas se destaca por ser a terceira derrota na competição.
Como resultado, o time mineiro tinha chances quase nulas de classificar-se ao mata-mata quando encarou o Mushuc Runa-EQU, já pela 4ª rodada. O empate em 1×1 anotou o primeiro ponto na competição, mas sacramentou uma precoce e merecida eliminação.
Eliminação melancólica coloca planejamento de 2025 em xeque
No papel, o Cruzeiro se colocava entre os favoritos da Copa Sul-Americana, sobretudo após a manutenção de nomes que se destacaram em 2024 — como Wallace, Matheus Henrique, Lucas Romero, Lucas Silva, Matheus Pereira, Dinnenno e Kaio Jorge — e adição de nomes midiáticos como Dudu, Bolasie, Eduardo, Fabrício Bruno e Gabriel Barbosa.
A aposta feita pelo clube em jogadores veteranos e acostumados a conquistar títulos, entretanto, não parece ter dado certo. Nem a troca de treinador ocorrida, que trouxe o português Leonardo Jardim para o lugar de Fernando Diniz, promoveu melhoras na Toca da Raposa.
A derrota para o Palestino com o péssimo futebol apresentado pelo Cruzeiro no confronto surge como prova inegável do erro no planejamento feito para 2025, já que o salto de R$ 12 milhões para R$ 20 milhões nos gastos mensais com folha salarial não apontam melhora (ou mesmo manutenção) do nível técnico demonstrado em campo.
Cruzeiro foi de finalista recente à decepção na Sul-Americana
O desempenho ruim não foi exclusividade somente da terceira rodada em diante: tanto na derrota por 1×0 para o Unión de Santa Fé-ARG quanto para o mesmo Mushuc Runa por 2×1 em pleno Mineirão, foi notável o domínio dos modestos adversários em muitos momentos, merecendo vencer os dois jogos da Sul Americana mesmo com muito menos recurso.
O cenário é completamente oposto à campanha do ano passado, onde o time fez uma campanha brilhante e chegou à final contra o Racing-ARG. Apesar da derrota na decisão por 3×1, as promessas para 2025 incluíam mais uma campanha de destaque na copa continental — o que, de um sonho, se tornou um fardo para o início de temporada abaixo da crítica.
Vergonha, decepção e pedidos de desculpas: o que dizem jogadores e comissão
Já após a derrota para o Palestino, no Chile, ainda pela terceira rodada, o experiente goleiro Cássio — que falhou em um dos gols do jogo na ocasião — classificou a situação como “vergonhosa” na Sul-Americana além de também falar sobre os gastos feitos que ainda não apresentam retorno: “Difícil um time como o Cruzeiro acontecer isso, não é porque tem muito investimento e vai dar certo. Não tem muito o que falar. É aceitar as críticas e as cobranças.”
Seu companheiro de defesa, o zagueiro Fabrício Bruno, cobrou uma reflexão por parte do elenco e da gestão de futebol e pediu desculpas aos torcedores: “tem que colocar a mão na consciência e pedir desculpas para o torcedor, porque pelo elenco os resultados estão aquém do esperado.”
Por fim, o técnico Leonardo Jardim, que venceu somente 2 dos 11 jogos (até a derrota para o Palestino) à frente da Raposa, não poupou adjetivos como “vergonha”, “desilusão” e “frustração” pelos desempenhos recentes, assumindo ter esperado um rendimento diferente do atual grupo de jogadores cruzeirenses.
Agora, a Raposa foca seus esforços no Brasileirão e na Copa do Brasil e parece dar seu primeiro sinal de recuperação na temporada. Somando as duas disputas nacionais, a goleada por 4×0 no Sport culminou uma sequência de 4 vitórias — fato que ainda não havia ocorrido na temporada nem no Campeonato Mineiro.