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Companheiros de Viagem mostra o sofrimento gay ao longo das últimas décadas

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Minissérie mostra da perseguição macarthista à Aids

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Há um discurso icônico de Hebe Camargo, no programa Roda Vida, na década de 1980, respondendo a um pretensioso e debochado jornalista porque ela, afinal, apoiava a causa gay. “São seres humanos iguais a todo mundo, são cidadãos que pagam seus impostos, que deveriam ter os seus direitos respeitados. Ninguém escolhe ser assim, nasce-se assim”, fala a sábia rainha da TV brasileira.

A sociedade evoluiu desde então, graças a Deus. Apesar do preconceito velado, nenhum imbecil vai à TV afirmar que determinado grupo é inferior aos demais. Porém, acredite, as coisas já foram piores. Este é o tema de Companheiros de Viagem, bela minissérie da Paramount+ que acaba de ser concluída (os episódios foram exibidos semanalmente).

A história começa na década de 1950, quando dois homens totalmente diferentes se apaixonam em meio a um cenário político completamente hostil nos Estados Unidos e enfrentam diferentes obstáculos ao longo dos anos para ficarem juntos. A minissérie é baseada no romance Fellow Travelers, de Thomas Mallo. Hawkins Fuller (Matt Bomer) é um político bem-sucedido e discreto, mas põe tudo a perder quando encontra Tim Laughlin (Jonathan Bailey), um jovem cujos fortes ideais o encantam. Desde a ameaça constante do macarthismo, passando pelos protestos contra a Guerra do Vietnã, a vivaz era disco e a trágica epidemia de AIDS, Hawkins, Tim e seu ciclo de amigos se cruzam ao longo das décadas.

A sensibilidade e, ao mesmo tempo, crueza, com que a história é contada dão conta do horror que era ser homossexual nos EUA do macarthismo. “Companheiros de Viagem se destaca de outras tramas LGBT de época pela forma com que aborda a identidade dos seus protagonistas. O texto explora com muita distinção as posturas e comportamentos que homens e mulheres gays adotavam para sobreviver em uma sociedade marcada por ideais retrógrados e preconceituosos”, escreve o crítico Flavio Pinto, ponto de vista com o qual concordo.

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