Apenas em duas perguntas, Felipe Bedretchuk foi mais enfático
DEBATE
O debate com os candidatos a prefeito de Três Barras não poderia ser mais amistoso. Não é a primeira vez que a cidade tem apenas dois candidatos. Em 2016, Luis Shimoguiri concorreu com Emilio Gazaniga e, apesar da polarização, houve uma campanha intensa, cheia de ataques. O debate do JMais organizado com a Band FM foi bastante acirrado. Nos bastidores teve muitas atitudes condenáveis.
Curioso que a polarização retorna depois de uma eleição com sete candidatos em 2020 (veja o debate aqui) e, agora, mesmo depois de a Mensageiro ter chacoalhado com a cidade, levando Shimoguiri à renúncia e fazendo Ana Claudia Quege (MDB) emergir, apenas dois candidatos se apresentaram, entre eles Ana que, ao contrários de vices que assumiram as prefeituras na região depois da prisão do titular, conseguiu se descolar do ex-prefeito. Ajuda, claro, o fato de ela ter sido apagada do governo por Shimoguiri enquanto ele estava no poder. Nem mesmo as citações a seu marido, Elói Quege, a chamuscaram.
Sendo assim, o debate desta terça, dia 1º, no JMais, apenas reforçou seu favoritismo. Felipe Bedrechuk (PT) se mostra uma pessoa boníssima, muito bem intencionada, mas incapaz de fazer uma provocação mais enfática. Ana aproveitou a oportunidade para fazer propaganda de seu governo e enaltecer o que pretende fazer caso reeleita.
Restou um debate morno, com poucos momentos mais quentes. Apenas nas perguntas livres, Felipe foi mais provocativo. Sem aproveitar a réplica, na qual poderia expor a prefeita por escapar de comentar, por exemplo, a fala do vereador Abrahão Mussi (“pode ser imoral, mas é legal”), Felipe esmoreceu cedo demais. Ocorreu o mesmo na incômoda pergunta sobre os péssimos índices do Ideb de Três Barras.
Fica como saldo o fair play entre os adversários que, do ponto de vista da postura, se comportaram de maneira exemplar. Contudo, faltou um confronto mais incisivo no campo das ideias.
FOI BEM, FOI MAL
Ana Claudia Quege (MDB) foi bem ao aproveitar as perguntas para fazer propaganda de seu governo e enaltecer suas propostas.
Foi mal ao defender o uso de diárias para buscar recursos ao Município. A defesa é justa, mas sob essa alegação, que quase nem sempre é sincera, vários servidores públicos fizeram viagens bastante duvidosas. Um exemplo é da servidora que recebeu diárias para uma viagem que incluía hotel e alimentação sem custos. O caso foi mostrado pelo JMais.
Felipe Bedrechuck (PT) foi bem ao citar o calcanhar de Aquiles de Ana. Abrahão Mussi (UB) está na coligação que apoia Ana. Mesmo com a prefeita escapando pela tangente, valeu a tentativa do candidato.
Foi mal ao não saber aproveitar as réplicas às falas da prefeita para apontar possíveis contradições ou furos no discurso.
AMISTOSO
Ao contrário do debate de Major Vieira, o de ontem teve uma despedida bem mais amistosa. Elói Quege, esposo de Ana que a acompanhava nos bastidores, parabenizou Felipe por sua postura no debate. “Não seria eu se partisse para o ataque”, disse Felipe, mas sem deixar de mencionar parte do grupo que apoia Ana que para ele parecem intragáveis.
CLIMA QUENTE
O pessoal da campanha de Cleverton Durau (Podemos) registrou boletim de ocorrência contra a campanha de Paulo Basilio (MDB). Segundo integrantes do grupo de Durau, na saída do debate de sábado, realizado pela Rádio Clube, a turma de Basilio fez provocações, proferindo palavras de baixo calão, xingamentos, chamando Durau e um de seus apoiadores de vagabundos para baixo. Segundo o denunciante, o candidato a vereador Elias Dias, o próprio Basilio o xingou.
Procurado pela coluna, Basilio disse que ele é quem vai registrar BO porque ele foi vítima ameaçado na saída do debate.
MAIS UM BO
Apoiadoras de Dauvã Mizva (PT), de Bela Vista do Toldo, registraram boletim de ocorrência contra um policial militar que, conforme a reclamação, os teria intimidado. O policial é candidato a vereador.
Ele teria dito que “ele pode ser eleito, mas não irá governar” em referência a Mizwa. Elas acreditam que ele estivesse armado, apesar de estar afastado das funções por conta da campanha.
EM MARCHA
Apesar de estar proibido de se aproximar da prefeitura, a veia política pulsou mais forte em Luis Shimoguiri. Ele vem peregrinando pelas ruas de Três Barras conversando com eleitores e pedindo votos para a esposa, a candidata a vereadora Carla Shimoguiri.
EM FAMÍLIA
O candidatos Cleverton Durau (Pdemos) apresentou na sua prestação de contas, 40% dos seus gastos de campanha até aqui com a gráfica que pertence oficialmente a sua esposa.
GENEROSOS
A colunista da NSC, Dagmara Spautz pesquisou quais partidos repassaram mais dinheiro do fundão para candidatos catarinenses.
Segundo o levantamento, PL, PSB, PSD, PT e MDB são os partidos mais “generosos”, com destaque para o PL. Somados apenas os candidatos com as campanhas mais turbinadas – aquelas que receberam mais de R$ 1,5 milhão do Fundo Eleitoral, o PL distribuiu mais de R$ 11 milhões em quatro candidaturas.
Em transferência única, o campeão é Dario Berger, que recebeu R$ 4,2 milhões do PSDB para disputar a prefeitura de Florianópolis. Em seguida vem Sargento Lima, candidato do PL em Joinville, com R$ 4 milhões de transferência.
Se considerado o total de verbas do Fundo Eleitoral nas campanhas, no entanto, o prefeito da Capital, Topázio Neto, sobe para o topo da lista. Ele recebeu R$ 3 milhões do PSD, seu partido, e R$ 1,8 milhão do PL de sua vice, Maryanne Mattos. Somados, são R$ 4,8 milhões.
9,5%
é quanto se prevê de crescimento para o orçamento 2025 de Santa Catarina
CAIXA 2
Reportagem publicada nesta terça-feira, dia 1º, pela Folha de S.Paulo, traz detalhes sobre áudios e trocas de mensagens que sugerem que o ex-governador Leonel Pavan (PSD) teria prometido a empresários futuros contratos com as prefeituras de Camboriú e Balneário Camboriú em troca de caixa 2. Pavan é candidato à prefeitura de Camboriú e a filha, Juliana Pavan (PSD), disputa a prefeitura de Balneário.
EXTREMISMO
Um candidato à Prefeitura de Caxambu do Sul, no Oeste de Santa Catarina, teve a casa atingida por disparos de arma de fogo, na noite da última segunda-feira, 30. Não havia ninguém no local no momento do crime.