Pena é de dois a cinco anos de prisão para quem pratica atos de abuso, maus-tratos ou violência contra cães e gatos
Três cães de porte pequeno foram mortos entre domingo, 30, e segunda-feira, 31, na localidade da Sereia, no interior de Canoinhas. Marley, Maggie e Fofão apresentavam sinais de envenenamento. “Hoje tamanha crueldade aconteceu aqui na minha casa na Sereia, interior de Canoinhas. Minha irmã como de costume, acordou e foi dar comida para seus cachorrinhos que tanto amava e se deparou com eles desse jeito, mortos por envenenamento”, compartilhou um dos proprietários dos animaizinhos, na página do Grupo Resgates.
Segundo a postagem do proprietário, os cãezinhos não eram agressivos, mas pelo contrário, eram muito carinhosos. “Não conseguimos entender porque tanta crueldade com esses animais”, termina o post.
O envenenamento é o responsável pela maioria das mortes de cães e gatos. De acordo com a voluntária do Grupo Resgates, Tatiane Carvalho, casos de envenenamentos têm sido recorrentes em Canoinhas e em Três Barras.
Vendido ilegalmente e extremamente perigoso, o chumbinho é um produto clandestino, já que não possui qualquer registro na Anvisa nem em nenhum órgão público brasileiro. A compra e venda é proibida, e considerada crime, com penas que variam de 1 a 4 anos, mais pagamento de multa. É, no entanto, a substância mais utilizada para o envenenamento de cães e gatos, que pode ser vendido como raticida.
Animais envenenados por chumbinho podem apresentar sintomas como tremores em alguns músculos, diminuição de batimentos cardíacos, dificuldades para respirar, salivação excessiva, diarreia, vômitos, tosse, secreções nasais, edema pulmonar, urina constante, além de perda da coordenação motora.
CRUELDADE CONTRA ANIMAIS
Em setembro de 2020, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei que estabelece pena de dois a cinco anos de reclusão para quem pratica atos de abuso, maus-tratos ou violência contra cães e gatos. A pena é aumentada de um sexto a um terço se o crime causa a morte do animal.
Uma lei sancionada pelo governador Carlos Moisés em maio do ano passado aumentou a multa em Santa Catarina para quem comete crueldade contra animais, incluindo a proibição de rinhas de galos e de cães, abandono e prática de zoofilia no Código Estadual de Proteção aos Animais.
A multa para infrações graves, que era de R$ 500 a R$ 1 mil, passou a ser de R$ 10 mil a R$ 12 mil. Já as infrações consideradas gravíssimas, que poderiam resultar em multas de R$ 1 mil a R$ 2 mil, passaram a custar de R$ 12 mil a R$ 20 mil. A iniciativa atualizou os valores da punição, que foram criados em 2003.
