Ação foi protocolada no dia em que Aline Ruthes foi diplomada
Às 22 horas desta quarta-feira, 18, a assessoria jurídica do atual prefeito de Major Vieira, Edson Schroeder (PP), protocolou junto à Justiça Eleitoral denúncia contra a prefeita eleita Aline Ruthes (PSD). Um dia antes, o assunto já tinha sido vazado para o repórter Paulo César, da NDTV, que deu a notícia com exclusividade no ND Notícias.
A ação de investigação eleitoral junta vídeos e áudios que, supostamente, provariam compra de votos por parte de Aline. A intenção seria cassar a chapa, formada também pela vice eleita, Vilma Kiem (Podemos).
A denúncia foca em um vídeo veiculado pelo site Primeira Página SC no qual, supostamente, uma pessoa chega de moto no posto que pertenceria à família de Aline e cobra R$ 50 que teriam sido prometidos em troca de voto. O vídeo não deixa claro, contudo, de qual posto se trata, embora pela conversa fique claro a transação comercial. “De acordo com os registros de áudio, o método adotado pela candidata Aline Ruthes consistia em assegurar o voto por meio da aplicação de adesivo de sua candidatura no veículo do cidadão, que, na sequência, deveria passar no Posto Metropolitano para receber o valor em combustível”, diz a denúncia.
Ainda de acordo com a denúncia, uma eleitora presenciou a entrega de cestas básicas durante o período eleitoral pela candidata. A ação traz um áudio anexado em que a eleitora reconhece que viu a prática ilícita por parte de Aline.
A terceira parte da denúncia afirma que Aline teria trocado uma área de terras por votos. “Um dos interlocutores admite que o seu voto teria sido condicionado pela oferta de ‘uma quarta de chão’ pela candidata Aline”, sustenta a denúncia. Na mesma linha, outro eleitor teria indicado que a compra do voto ocorreu mediante o oferecimento de auxílio
para a construção de uma casa.
A denúncia elenca quatro testemunhas que afirmam terem recebido os benefícios ilícitos.
Procurada pela reportagem, Aline negou qualquer irregularidade na sua campanha e afirmou que o inconformismo de seu adversário gerou uma denúncia vazia, sem qualquer fundamento na realidade. “As pessoas que votaram na gente não querem ouvir isso, o que me entristece muito. Mas eles vão ter de provar o que estão falando e quanto a isso estou tranquila”.
PRÓXIMOS PASSOS
Enquanto a ação tramita, Aline segue o rito normal podendo ser empossada normalmente em 1º de janeiro de 2025. Mesmo que o juiz eleitoral da comarca decida por atender ao pedido de Schroeder e cassar os diplomas de Aline e Vilma, elas podem se manter nos cargos recorrendo ao Tribunal Regional Eleitoral e, em última instância, ao Tribunal Superior Eleitoral. Somente com o trânsito em julgado, ou seja, esgotadas todas as possibilidades de recurso, elas perderiam o mandato e uma nova eleição será marcada.