sexta-feira, 3

de

maio

de

2024

ACESSE NO 

As urnas e as Forças Armadas

Últimas Notícias

Como estamos falando do Brasil de 2022, tudo pode piorar com o passar dos tempos

- Ads -

Desde o pleito eleitoral de 2018, viemos acompanhando cada novo capítulo da novela de baixo orçamento construída pelo presidente da República Jair Bolsonaro sobre a integridade da urna eletrônica.

Claro que já é de conhecimento de todo nós brasileiros que Bolsonaro e seus filhos sempre foram eleitos por um sistema muito bem construído, desenvolvido e que não apresenta falhas e muito menos pode ser burlado. Porém, ao mesmo tempo é do nosso conhecimento que Bolsonaro desde o resultado que o sagrou democraticamente presidente do Brasil vem acusando o sistema eleitoral de ser fraudado. Para ele, sem provas, a eleição em 2018 já teria sido definida no primeiro turno.

Com o passar dos tempos novos capítulos foram surgindo nessa narrativa, e novos personagens nos foram sendo apresentados, claro que estes todos podem ser inclusos no núcleo bolsonarista da novela.

Porém, desde o final do ano passado uma parcela específica começou a chamar muito mais atenção no desenrolar de toda essa história. O primeiro ponto foram as discussões envolvendo a possibilidade de voltar a utilizar o voto impresso nas eleições deste ano, ou a possibilidade de se ter um comprovante dos votos que o eleitor depositou na urna eletrônica.

Proposta enviada ao Congresso que imediatamente derrubou-a, precisamos pontuar que em alguns momentos o legislativo nacional consegue caminhar seguindo os preceitos democráticos.

É claro que os pregadores das ideias tão estapafúrdias não desistiriam tão facilmente. No avançar da narrativa, uma parcela da sociedade, os militares, foram adicionados à história, aqueles mesmos que lá em 1964 foram responsáveis pelo Golpe Militar.

Eles ganharam corpo graças a Bolsonaro, o bolsonarismo e a também alguns erros de desenvolvimento do próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e que a gente já discutiu em colunas passadas.

Porém, é de suma importância a gente lembrar que as Forças Armadas não devem e não possuem papel na construção e na realização efetiva das eleições, isso é serviço único e exclusivamente destinado aos magistrados do TSE.

Como estamos falando do Brasil de 2022, tudo pode piorar com o passar dos tempos. Falo isso, pois na nesta semana chegamos ao ápice de um novo clímax no processo eleitoral que se avizinha.

Ao mesmo tempo que o Brasil voltou para o Mapa da Fome da ONU, que pessoas são assassinadas única e exclusivamente por sua preferência política, que mulheres têm seu corpos violados, o ministro da Defesa resolveu dar a sua complementação ao circo narrativo que vem sendo desenvolvido.

Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira é o responsável, segundo o próprio site do Ministério da Defesa, por mobilizar a sociedade e elucidar a Estratégia Nacional de Defesa. Mas nesta semana ele resolveu aproveitar a sua ida até o Senado para contribuir na narrativa bolsonarista do descrédito do sistema eleitoral.

De acordo com Oliveira, o Brasil deveria adotar um sistema de votação paralela em cédulas de papel para servir de teste da lisura das urnas eletrônicas. Propor tal situação e como se quiséssemos comprovar a lisura de um e-mail, mandando uma carta escrita de próprio punho para a mesma pessoa.

A colega jornalista Vera Magalhães na sua coluna no jornal O Globo resumiu muito bem essa situação como sendo “O vexame das forças armadas”.

A situação proposta pelo ministro da Defesa tem muito mais chance  de tornar-se uma base para que haja um discurso ainda maior de fraude, do que auxiliar na construção da democracia. Para que isto ocorra basta que apenas um cidadão “bem intencionado” ao votar, escolha um candidato na urna e outro na cédula de papel.

Todo esse conjunto de situações aparenta ser mais uma cartada entre tantas outras dada por Bolsonaro e companhia para tentar salvar uma candidatura que segundo as últimas pesquisas eleitorais, está longe da reeleição.

Para concluir a nossa coluna é importante lembrarmos que essa presença massiva de militares no governo federal, não deve nunca interferir na democracia do Brasil. Como diriam alguns moradores locais, anda faltando serviço dentro dos quartéis.

- Ads -
Olá, gostaria de seguir o JMais no WhatsApp?
JMais no WhatsApp?