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A importância do 11 de agosto de 2022 para o Brasil

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Classes econômicas e sociais brasileiras estão unidas em um mesmo ideal

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O decorrer desta semana, em comparação a outras passadas, se mostrou até calma no meio político brasileiro. Porém, toda essa calmaria caiu por terra durante a manhã de quinta-feira, quando centenas de milhares de pessoas ecoaram nos 27 estados brasileiros palavras contra o desmanche da democracia que está ocorrendo.

Mais de 40 anos após aquele 11 de agosto de 1977, quando acadêmicos do curso de Direito da Universidade de São Paulo (USP) lançaram a primeira versão da Carta aos Brasileiros e as Brasileiras, o Brasil sofre novamente nas mãos de pessoas que não respeitam o sistema democrático previsto em lei.

É claro que são momentos diferentes. Naquela época o Brasil vivia já alguns anos sob o regime ditatorial, que pouco tempo antes tinha instalado o Ato Institucional número 5. Dar a cara a tapa, como fizeram os presentes no evento de 1977, sabendo da situação à época para muitos poderia ser considerado loucura. Questões a parte, o manifesto conseguiu construir um caminho para que anos mais tarde a democracia voltasse a reinar no País.

Atualmente, o momento e o movimento são outros. O governo que está no poder, chegou ali através de um sistema democrático, mesmo que ele brade aos quatro cantos que o sistema é fraudável e que nas eleições de 2018 venceu no primeiro turno.

Por isso que o movimento apresentado não somente na faculdade de direito da USP, como em tantas outras espalhadas pelo Brasil pode ser considerado outro também. A existência de um presidente eleito democraticamente, mas que há quatro anos ameaça um golpe militar, joga sobre a carta aos brasileiros e às brasileiras uma importância ainda maior do que a de quatro décadas atrás.

O 11 de agosto de 2022, fica marcado com o instante onde mostra-se que a maioria das classes econômicas e sociais brasileiras estão unidas em um mesmo ideal, o de manter a democracia brasileira viva.

Para comprovar isso, basta olharmos as imagens do evento realizado na USP. Nelas, lado a lado, encontravam-se presidentes de organizações como a Fiesp, lideres sindicais ligados a CUT e também à UNE, intelectuais, artistas e políticos. Ao observar tais imagens chama a atenção o nível de  naturalidade e respeito existente ali dentro.

Não se pode generalizar dizendo que quem ali estava, era em sua maioria ligado a determinado partido ou ideal político. Quem ali estava, o fazia por seu próprio ideal de País, aquele que ajudou a construir, aquele que deseja para os seus no futuro.

Um sistema democrático de direito é isso, é fundamentalmente o respeito. Respeito esse que deve existir ao pleito do próximo dia 2 de outubro, tendo esse o resultado que tiver, ganhando o candidato A ou B.

Logo após a leitura do manifesto, acompanhei muitos colegas analistas de política, comentando a importância do movimento em um período tão sombrio como este que o Brasil vive atualmente. Reforço esse entendimento, pois no momento da escrita desta coluna, acaba de ser publicado o Manifesto em Defesa da Democracia e da Economia Nacional, assinado pelo Conselho Federal de Economia, o Confecon.

São movimentos como estes, que unem parcelas da população muitas vezes tão separadas, que mostram que o Brasil ainda vive. Seria gratificante viver em um país onde as leis e a democracia são respeitadas por aqueles que estão ocupando os cargos de poder. Porém, se até uma democracia tão consolidada como a dos Estados Unidos, sofreu um duro baque pelos devaneios de Donald Trump, o que será do jovem Brasil?

Encerro essa coluna com um dos trechos do manifesto que diz:

“No Brasil não há mais espaço para retrocessos autoritários. Ditadura e tortura pertencem ao passado. A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa necessariamente pelo respeito ao resultado das eleições.”

O Brasil das Diretas Já, dos Caras Pintadas, ainda existe e esteve nesta quinta-feira como um novo ânimo para a construção do Brasil do Estado Democrático de Direito.

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