Umbanda e candomblé foram as religiões que mais cresceram proporcionalmente
A Igreja Católica Apostólica Romana de Canoinhas perdeu quase 8 mil fiéis entre 2010 e 2022, intervalo dos últimos Censos demográficos feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cujos dados de 2022 foram divulgados neste sexta-feira, 6.
Em 2010, 43.209 habitantes, o que correspondia a 81% da população canoinhense, se declaravam católicos. Em 2022, 36.264 canoinhenses declararam a mesma religião, o que corresponde a 73,8% da população.
As religiões de matriz africana – umbanda e candomblé – foram as que mais cresceram, saltando de 43 pessoas em 2010 para 151 em 2022, maior crescimento percentual entre todas as religiões, aumento de 252%.
Os evangélicos também avançaram em Canoinhas, correspondendo hoje a 20,1% da população. Em 2010 eram 16% dos habitantes da cidade que, a época, tinha menos habitantes. Eram 52.765 ante 55 mil em 2025.
Os espíritas tiveram um tímido crescimento, indo de 642 em 2010 para 751 em 2022.
REGIÃO
Na região, de modo geral, o catolicismo coleciona perdas, mas em todas se mantém como a principal religião. Chama a atenção o caso de Major Vieira e Bela Vista do Toldo, onde 86% da população é católica. Na outra ponta, Três Barras é o Município menos católico. São 66% dos habitantes católicos ante quase 30% de evangélicos.
Veja os números da região:
ESTADO
Em Santa Catarina, o Censo Demográfico 2022 revelou que os católicos apostólicos romanos representam 64,3% da população residente de 10 anos ou mais de idade. Entre os grandes grupos religiosos investigados, foi a maior perda de participação, com uma retração de 9,2% frente a 2010, quando representavam 73,5% do total. Das 6,7 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade, 4,3 milhões se declararam católicas no Estado.
Apesar da perda de participação, o número de católicos cresceu 7,2% desde 2010, o equivalente a 307,9 mil pessoas a mais. O crescimento de católicos no Estado foimenor que o de 2000 a 2010 (12,2%).

No Brasil como um todo, houve uma redução absoluta do número de católicos apostólicos romanos (5,2 milhões de pessoas a menos), o equivalente a uma queda de 5,0%, embora com perda de participação (-8,4 p.p.) menor que a catarinense.
Os que se declararam Evangélicos representavam 23,4% da população de 10 anos ou mais, um ganho de participação de 3,8% em relação a 2010, quando eram 19,6%. O grupo religioso teve o maior crescimento absoluto, com 498 mil pessoas a mais.

Em termos percentuais, os evangélicos cresceram 32,0% frente a 2010, subindo de 1,1 milhão para 1,6 milhão de pessoas de 10 anos ou mais de idade no Estado. Esse avanço, embora expressivamente maior que o de católicos, representou metade do crescimento de evangélicos verificado entre 2000 e 2010 (64,0%).
Após católicos e evangélicos, prevalece em Santa Catarina o grupo de pessoas que se declaram Sem religião, representando 6,3% das pessoas de 10 anos ou mais. Em relação a 2010, o grupo ganhou 245,4 mil pessoas, indo de 175,1 mil para 420,6 mil pessoas. Isso foi equivalente a um crescimento de 58,4% no período.
O grupo de Outras religiosidades representa 3,4% das pessoas de 10 anos ou mais de idade em Santa Catarina em 2022, um avanço de 1,6 p.p. frente a 2010 (1,8%). Pertencem a esse grupo os que se declararam católicos ortodoxos, testemunhas de Jeová, de religiões orientais como o budismo, hinduísmo e islamismo; espiritualistas, de tradições esotéricas e outros, além da multirreligiosidade e das mal definidas.
Entre 2010 e 2022, o percentual de pessoas que tinham como religião a Umbanda e Candomblé cresceu de 0,2% para 0,8%, saltando de 9 mil para 52,3 mil pessoas. Isso equivale a um aumento de 82,8%, o maior crescimento relativo nesse período. A participação das pessoas que se declararam de religião Espírita (1,7%) diminuiu 0,1 p.p. frente a 2010 (1,6%), embora em números absolutos tenha crescido 16,5%.
Esse aumento representou 17,8 mil pessoas a mais no período. Entre os censos anteriores, de 2000 e 2010, os espíritas haviam registrado o maior crescimento relativo (130,2%) entre as religiões, o equivalente a 51 mil pessoas a mais.
No Brasil todo, os espíritas tiveram maior perda de participação (de 2,2% para 1,8%).