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Três Barras tem segunda maior taxa de mortalidade infantil do Planalto Norte, segundo IBGE

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Canoinhas ocupa a 7ª posição do ranking dentre municípios da região

De acordo com informações do boletim Barriga Verde, da Secretaria de Estado de Saúde (SES), a mortalidade infantil é definida como aquela que ocorre em crianças menores de um ano de idade. Segundo o informativo, este indicador de saúde é importante por sinalizar indiretamente a qualidade de vida e dos serviços prestados à população nos municípios catarinenses.

O levantamento mais recente da SES aponta que a taxa de mortalidade infantil na região do Planalto Norte em 2023 foi de 9,9 para cada mil nascidos vivos. A maior taxa de mortalidade infantil na região foi registrada no ano de 2019, quando houve 11 óbitos para cada mil nascidos vivos.

Já as informações do censo mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relacionadas a 2022, apontam que os municípios de Irineópolis e Três Barras tiveram as maiores taxas de mortalidade infantil naquele ano, com 24 e 21,41 óbitos para cada mil nascidos vivos, respectivamente.

Logo após Irineópolis e Três Barras, vêm os municípios de Mafra (13,39), Bela Vista do Toldo (13,33), Papanduva (12,82) e Itaiópolis (12,7). Canoinhas ocupa a 7ª posição no ranking, tendo registrado uma taxa de mortalidade infantil de 8,24 óbitos para cada mil nascidos vivos no ano de 2022.

Segundo estatísticas disponíveis no sistema TabNET, do DataSUS, no ano de 2024 houve 35 óbitos infantis na região do Planalto Norte. Destes, oito foram registrados em Mafra; seis em Canoinhas e em Papanduva; quatro óbitos foram registrados em Itaiópolis, em Porto União e em Três Barras; e uma morte registrada em Bela Vista do Toldo, Major Vieira e em Monte Castelo.



IRINEÓPOLIS

A Secretaria de Saúde de Irineópolis foi procurada pela reportagem do JMais para esclarecer as seguintes questões:

  1. A que se deveria a alta taxa de mortalidade infantil no município?
  2. O município oferece serviços de acompanhamento pré-natal para gestantes? Se sim, no que consiste este tipo de acompanhamento?
  3. Após o nascimento do bebê, existe algum tipo de assistência oferecido pelo município à mãe e à criança recém-nascida para evitar complicações na saúde ou possíveis óbitos?

Por telefone, um servidor da Secretaria informou que a secretária de Saúde do município, Giseli Kempinski, disse que este tipo de informação deveria ser obtida com a Vigilância Epidemiológica de Irineópolis.

Após a ligação ser transferida, outra servidora informou que este tipo de informação só poderia ser conseguida com a coordenadora do setor, que não estava mais trabalhando naquele momento. Mesmo com a reportagem solicitando o contato da coordenadora para que as dúvidas pudessem ser esclarecidas, a servidora alegou que não poderia passar o contato.



TRÊS BARRAS

As mesmas perguntas que seriam feitas à Secretaria de Saúde de Irineópolis, foram encaminhadas à Secretaria de Três Barras. As respostas foram enviadas pela secretária adjunta de Saúde do município, Queila Veiga. Segundo ela, a mortalidade infantil, pode estar associada a diversas causas ou motivos (gestação de risco; falta de cuidados no pós-parto; caso fortuito, como acidentes; e possíveis falhas de atendimento).

A secretária reforça que o município de Três Barras mantém uma constante análise, especialmente através dos dados coletados na Declaração de Óbito, no intuito de diminuir a taxa de mortalidade, atuando, especialmente, nas causas evitáveis.

Ainda, quanto ao acompanhamento de gestantes, a secretária informou que o Município de Três Barras oferece atendimento e acompanhamento com equipes da estratégia de saúde da família, onde há 10 equipes descentralizadas por bairros. “Ressaltamos que além do atendimento com a equipe da ESF e saúde bucal, as gestantes têm acompanhamento com os profissionais ginecologistas e obstetras que atendem diariamente em área anexa à Fundação Hospitalar de Três Barras”, reforçou.

As informações da secretária apontam, ainda, que são ofertadas 200 consultas mensalmente de acompanhamento com obstetras, além de ter contratualizado com a Fundação Hospitalar de Três Barras o sobreaviso dos médicos obstetras para qualquer intercorrência.

Quanto a cuidados pós-nascimento, a secretária informou que a mãe já sai orientada da maternidade sobre os cuidados necessários com o seu bebê, assim como a carteirinha de nascimento com todos os dados necessários. “Ressaltamos que existe profissional médico pediatra para poder fazer a puericultura e os médicos da estratégia de saúde da família são capacitados para o acompanhamento das mães e de seus filhos, podendo ainda realizar o acompanhamento”, destacou.



ESTADO

Existem dois componentes principais para categorizar um óbito como mortalidade infantil, o neonatal e o pós-neonatal. A mortalidade neonatal se refere ao período do nascimento até 28 dias de vida, e se decompõe em neonatal precoce (do nascimento a 7 dias de vida) e neonatal tardio (de 8 a 28 dias de vida). Já o período pós-neonatal tem início com 29 dias de vida e vai até 365 dias de vida.

As maiores frequências de óbito infantil, em Santa Catarina, em 2023, ocorreram no período neonatal precoce (52%). Dentre as regiões, as maiores taxas de mortalidade neste componente se deram no Alto Uruguai Catarinense (9,5 óbitos a cada mil nascidos vivos) e Laguna (6,9). Já em relação ao componente neonatal tardio foram destaque as regiões Extremo Sul (2,2) e Xanxerê (2,1). E, quanto ao componente pós-neonatal, as regiões Extremo Oeste (4,6), Xanxerê (4,2) e Planalto Norte (4,2).

As principais causas de óbito do componente neonatal precoce foram os fatores maternos (29,3%), as malformações congênitas (23,2%) e a prematuridade (22,8%). Já em relação ao componente neonatal tardio foram as malformações congênitas (28,1%), as infecções perinatais (21,6%) e a prematuridade (19,6%). Quanto ao componente pós-neonatal se destacaram as malformações congênitas (32,7%), as infecções da criança (20,4%) e as causas externas (12,6%).