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Leva de seis novos episódios tem altos e baixos

BLACK MIRROR

Com seis novos episódios, a sétima temporada de Black Mirror, um dos maiores sucessos da Netflix, dividiu opiniões. Tudo, creio, fruto do nivelamento com as primeiras edições que, pela novidade, são insuperáveis.

Se você quer saber se vale a pena, já digo que sim. Mas há altos e baixos.

Elogiado, o primeiro episódio ironiza a própria Netflix ao mostrar a reviravolta na vida de um casal quando ela é internada com um tumor cerebral. Seu marido aceita uma oferta da start-up Rivermind: o cérebro será restaurado através de uma assinatura, com o tumor retirado para trocar por um receptor que consegue as funções cerebrais perdidas através de transmissões vindas dos servidores da Rivermind. O problema é que, além de alta a mensalidade, há vários planos, incluindo um bizarro “sem anúncios”. Te lembra alguma coisa? É um episódio mediano, cujo maior incômodo vem da previsibilidade.

No segundo episódio, uma desenvolvedora de sabores de chocolate começa a perceber pequenas diferenças em sua vida e erros no seu trabalho quando uma colega de escola passa a trabalhar na mesma empresa. O cheiro de vingança está no ar. Trata-se do episódio mais engraçadinho, com situações um tanto quanto escatológicas que tiram o tom realístico que consagrou a série.

No terceiro episódio, uma estrela de cinema é chamada pela empresa ReDream para participar da refilmagem de um filme romântico clássico, Hotel Reverie. Computadores criam um mundo digital baseado no filme onde a consciência da atriz é inserida, com ela tendo de fazer o papel do protagonista original enquanto contracena com os personagens que são inteligências artificiais. Achei que este é um dos roteiros mais bem bolados e este é um dos melhores episódios da temporada.

O mais fraco de todos é o quarto. Um crítico da revista PC Zone é preso por roubo e suspeita de assassinato. Na delegacia ele conta que durante uma reportagem sobre um jogo em desenvolvimento, furtou um simulador de vida que um gênio dos games desenvolveu. O jogo tem criaturas que são basicamente animais digitais. Ele leva uma cópia para casa e fica obcecado com o jogo, e após usar LSD passa a aparentemente entender a língua das criaturas e tentar se comunicar. 

O melhor de todos, porém, é o quinto, estrelado pelo insuperável Paul Giamatti. O episódio começa com ele sendo informado sobre a morte de sua ex-namorada, que ele não via há décadas, quando a empresa Eulogy manda um pacote para ele dar contribuições para o memorial que a família quer fazer para ela. Uma Guia faz recriação digital das memórias a partir das fotos que ele preservou. É o episódio em que a série não deixa de abordar avanços tecnológicos, mas no qual a emoção impera de um modo muito bonito. De fazer chorar.

O último episódio é quase um longa-metragem. Com 1h30 de duração, trata-se de uma continuação de USS Callister, episódio que estreou na quarta temporada.  Os clones digitais da USS Callister vivem no jogo multijogador massivo online de realidade virtual Infinity, atuando como piratas espaciais roubando outros jogadores para sobreviverem no mundo cheio de microtransações. Já tendo perdido uma tripulante e temendo por suas vidas, planejam hackear os servidores para criar um espaço próprio onde ficariam seguros. Quem gostou do primeiro episódio vai gostar dessa continuação, que funciona bem.