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maio

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Longa barriga prejudica a boa Ladrões de Drogas

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Série é coprotagonizada pelo brasileiro Wagner Moura

LADRÕES DE DROGAS

Wagner Moura é um ótimo ator, mas ao ser enquadrado em um típico enlatado estadunidense fica xarope. O que pode ser interpretado como intensidade do personagem nos casos de Tropa de Elite e Praia do Futuro se torna irritante na série Ladrões de Drogas.

Veja bem, a série começa ok. Os três primeiros episódios são ótimos. O problema é que a história desanda de um jeito horrível e as virtudes só são retomadas nos dois episódios finais. São oito no total, o que mais uma vez chama a atenção para o desnecessário excesso de episódios das séries da Apple TV+, assunto que tratei na coluna da semana passada ao falar de Alvo Primário.

Baseada no livro homônimo de Dennis Tafoya, Ladrões de Drogas acompanha dois amigos, interpretados por Brian Tyree Henry e Wagner Moura, que vivem de pequenos golpes na Filadélfia. Para executar mais um de seus golpes, eles se fazem passar por agentes da DEA, a agência federal de controle de narcóticos dos Estados Unidos, e invadem uma casa isolada no interior.

O que parecia um roubo simples rapidamente se transforma em uma perigosa ação de vida ou morte. Ao invadirem o local, os amigos descobrem, sem querer, o maior corredor de narcóticos escondido na costa leste do país. Agora, presos em um redemoinho de conspirações e perseguições, eles são forçados a lidar com as consequências de seus atos.

Essa premissa é muito bem executada de início. os dois primeiros episódios terminam com aquela tensão e dúvidas como “para onde essa história vai?”

Quando começa o quarto episódio, contudo, a impressão é de que os roteiristas não sabem para onde ir e aí optam pelos clichês. Many (Moura) se torna o alívio cômico da série, o que ao invés de distrair, irrita, e muito. Ele e Ray (Henry) mexeram com gente muito barra pesada, mas mesmo assim, depois de morar em um depósito, Henry vai e volta para a casa da mãe adotiva, que por sinal, insiste em permanecer na mesma casa. Por que os bandidos impiedosos não vão até a casa e executam Ray é uma incógnita. Há ainda romances irritantes, tanto de Many com sua esposa muito louca, reforçando o estereótipo da latina boquirrota, quanto de Ray com uma advogada que luta pelas causas sociais entediante que defende seu pai.

O vigor dos episódios iniciais só é retomado nos dois episódios finais. Um final mais ou menos aberto deixa a dúvida sobre uma segunda temporada.