Gabriel Carvalho atingiu Marli Lother em uma bicicleta e atropelou outra duas mulheres na calçada
A Vara Criminal de Canoinhas acatou denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) contra Gabriel Carvalho, o rapaz acusado de dirigir um Kadett na noite de 19 de março quando colheu a professora Marli Lother no acostamento da avenida Abrahão Mussi, passou por cima do corpo dela e a arrastou por um trecho deixando-a para morrer, fugindo em seguida. Ela estava em uma bicicleta indo rumo a Canoinhas para encontrar uma amiga que voltava do trabalho.
Depois, Carvalho ainda teria batido em outra ciclista, chegando a levantá-la para o alto junto com a bicicleta e ocasionando vários ferimentos na vítima. Na rua paralela a avenida onde Marli morreu, ele ainda teria tentado atropelar um homem que socorria a segunda ciclista atingida pelo suspeito. O homem conseguir se esquivar sem ferimentos.
Esses dois crimes foram documentados por câmeras de videomonitoramento cujas imagens foram reveladas pelo JMais. O MPSC denunciou Carvalho por um terceiro atropelamento, este sem registro de imagens.
Segundo a denúncia do MPSC, Carvalho estaria embriagado e teria usado entorpecente quando teria cometido os crimes.
Contra Marli ele foi indiciado por homicídio qualificado. Em relação a outra ciclista e a uma menor de idade que caminhava nas proximidades do Lar Aprisco, ele foi indiciado por homicídio qualificado tentado.
Sobre Marli, cita o MPSC, o suspeito “agiu impelido por motivo torpe, uma vez que o crime foi praticado com o vil e repugnante propósito, desprovido de justificativa lógica, de ceifar, em via pública, a vida de pessoa desconhecida, tanto que retornou ao local do fato, já diante do óbito de Marli, observando a cena e gesticulando com as mãos
diante de populares, em forma de comemoração, o que torna ainda mais abominável a intensão do agente.” O MPSC destaca que além de estar correta ao pedalar pelo acostamento, Marli estava em uma bicicleta com sinalização traseira.
Com relação à segunda ciclista atropelada naquela noite, o MPSC descreve os vários ferimentos sofridos por ela e observa que Carvalho “somente não consumou a execução do homicídio por circunstancias alheias à sua vontade, haja vista que a moça, ao perceber a aproximação do veículo, buscou sair da direção do carro e subiu na calçada, evitando, assim, que fosse atingida ainda com maior
força e precisão pelo veículo.”
A promotoria descreve, ainda, uma terceira tentativa de homicídio contra uma pedestre que, percebendo a aproximação do veículo, subiu na calçada, mas mesmo assim foi atropelada, sofrendo várias lesões. Com a força com a qual a vítima foi atingida, o retrovisor do carro chegou a cair, causando vários ferimentos na adolescente.
MENORES
Com exceção de Marli, as outras duas vítimas eram menores de idade. Além de condená-lo pelos crimes, a promotoria pede que o juiz fixe indenização para reparação dos danos morais, patrimoniais e estéticos causados pelo suspeito no montante de R$ 100 mil para os filhos de Marli e de R$ 15 mil para cada uma das outras duas vítimas.
A tendência é de que Carvalho, que segue preso no Presídio de Canoinhas, vá a júri popular.
MANIFESTO
Familiares e amigos da professora de Libras, Marli Lother, fizeram uma manifestação dez dias depois de sua morte, no local onde ela morreu.