Como doar para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul? Veja os canais oficiais

sábado, 18

de

maio

de

2024

ACESSE NO 

Como doar para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul? Veja os canais oficiais

Chefe da UPA diz que JMais publicou fake news ao ouvir paciente

Últimas Notícias

Tahiza Lech contradisse paciente que esperava há dois dias por atendimento

- Ads -

A chefe da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Canoinhas, Tahiza Lech, postou nas suas redes sociais um print da postagem do JMais sobre uma reportagem em vídeo que mostrou o grande número de pacientes aguardando atendimento na UPA na tarde desta segunda-feira, 23, sob uma tarja na qual está escrito “Fake News”. Na reportagem, uma das entrevistadas, a dona de casa Terezinha de Jesus Pires Tavares, mãe de um paciente, conta que “desde sábado às 7 horas chegamos aqui e o médico disse que ele tinha de ser transferido com urgência para Blumenau ou Florianópolis. Hoje já é segunda-feira, ele está sem medicamento e não resolvem”, disse a mãe do paciente que aguardava o atendimento que poderia encaminhá-lo para um médico especialista. Durante a entrevista, o homem foi chamado. A reportagem não acompanhou se ele conseguiu a transferência.

A reportagem mostra, ainda, que havia pacientes aguardando atendimento há mais de sete horas. Tudo documentado em vídeo e áudio. Como de hábito, o repórter pediu uma resposta da assessoria de imprensa do Município, sem citar caso específico. A resposta que consta na reportagem diz que “a demora no atendimento clínico deve-se às emergências atendidas durante o dia trazidas pelas equipes de socorro. A prioridade e principal função da Unidade de Pronto Atendimento 24 horas é salvar vidas e por isso as equipes estavam trabalhando no atendimento de parada cardíaca, transferência e caso de infarto. Saliento ainda que hoje (23/5) também foi observado aumento na procura tanto nas unidades de saúde, quanto na UPA, de pessoas com sintomas respiratórios.”

Mesmo assim, Tahiza entrou em contato com a reportagem pelo Instagram afirmando que a reportagem era “inverídica”. Ela disse que não havia pacientes aguardando há dois dias por atendimento. Ao ser questionada se a entrevistada estava mentindo, Tahiza não respondeu, afirmando que “nossa equipe está incansavelmente trabalhando para atender a todos e, como na reportagem foi dito por uma paciente, hoje foi um dia muito intenso, de muitos atendimentos e muitas emergências. Estava lotado, fato este que dificultava o atendimento para as pessoas que aguardavam na recepção em busca de consulta”.

Prefeito em exercício, Willian Godoy (PSD) disse que o paciente foi, sim, atendido ainda no sábado, contudo, aguardava transferência enquanto seguia em observação. De fato, Terezinha diz que o filho foi atendido no sábado, mas aguardava desde então a transferência. O JMais apurou que o homem apenas tinha passado pela triagem no sábado, sem ter recebido atendimento médico. A triagem constatou que se tratava de caso de transferência e desde então ele aguardava o atendimento. A transferência depende do Sistema de Regulação (Sisreg) do Estado.


Embora o prefeito diga que o paciente estava em observação, a reportagem o encontrou sentado no gramado em frente à UPA. “A família passou uma informação equivocada, pois ele tinha sim recebido atendimento, mas não estava sendo transferido, porque os hospitais não o estavam aceitando. Tem demorado os atendimentos, mas não dois dias, me dói falar isso, mas em casos extremos até 10 horas, mas estamos trabalhando para isso acabar, e população vai ver nosso trabalho acontecer nos próximos dias”, complementou Godoy.



CONTRAPONTO

A assessoria de imprensa da prefeitura afirmou, em nota, que o paciente citado na reportagem recebeu atendimento médico no sábado à noite e aguardava a transferência desde então. Leia na íntegra:

“O paciente chegou à UPA 24h no sábado, dia 21, foi atendido por um médico às 19h24, e na UPA 24h permaneceu até a noite desta segunda-feira, dia 23, aguardando internação em hospital e não atendimento.

O homem foi atendido e acomodado na UPA (não estando restrito ao leito, podia circular). Recebeu medicação dentro dos protocolos de UPA.

O paciente necessitava de encaminhamento à alta complexidade em cirurgia vascular em Blumenau.

Desde que chegou à UPA, a equipe cadastrou o paciente no sistema que faz a regulação no Estado de Santa Catarina e é gerenciado pela Secretaria do Estado da Saúde.

O paciente chegou a ser aceito pelo hospital blumenauense, mas quando constatou-se que ele não havia recebido atendimento no Hospital Santa Cruz, a regulação do Estado solicitou a internação em Canoinhas, no hospital, antes da transferência.

O Hospital Santa Cruz não quis aceitar o paciente alegando não possuir estrutura para atender o caso, embora ainda esteja credenciado para tal finalidade.

A Secretaria de Saúde lamenta o fato de o Hospital Santa Cruz inicialmente não querer receber o paciente garantindo o mínimo necessário para que a situação não agravasse enquanto aguardava vaga em hospital referência.

Após várias tentativas da UPA e Secretaria Municipal de Saúde, o Samu encaminhou o paciente para o hospital Santa Cruz e este conseguiu encaminhamento para Joinville. O Hospital de Blumenau não aceita transferência de UPA, somente de hospital, por isso a necessidade de que o HSCC aceitasse.

O Hospital de Mafra está, desde 2017, tentando habilitação nesta área que ainda não foi aprovada pelo Ministério da Saúde. A habilitação resolveria esta situação que é um gargalo em todo Planalto Norte.

O HSCC vem tentando retirar do cadastro de estabelecimentos de saúde a especialidade de vascular, mas não foi descredenciada ainda.

A Secretaria de Saúde lamenta a espera e ressalta mais uma vez que o paciente foi atendido no sábado. Ele aguardava o internamento diante da negativa inicial do Hospital Santa Cruz. Assim como em outras circunstâncias, a secretaria está aberta a esclarecimentos e, se tivesse sido questionada sobre o caso, teria apresentado as explicações aqui expostas.


A Secretaria de Saúde informa ainda que a demora no atendimento clínico nesta segunda ocorreu devido às emergências trazidas pelas equipes de socorro. A prioridade e principal função da Unidade de Pronto Atendimento 24 horas é salvar vidas e por isso as equipes estavam trabalhando no atendimento de parada cardíaca, transferência e caso de infarto.

Salienta ainda que também está sendo observado aumento na procura tanto nas unidades de saúde, quanto na UPA, de pessoas com sintomas respiratórios.”

O HSCC informou que o paciente não foi aceito porque o Hospital não é referência em alta complexidade para casos vasculares. “Entendemos que o problema é do Estado, mas não temos o que fazer em uma situação como essa a não ser aguardar o Estado”, afirma Karin Adur, administradora do HSCC. Mafra aguarda habilitação desde 2017 para casos vasculares, mas o Estado só tem habilitados, até o momento, dois hospitais, um em Blumenau e um em Florianópolis. O paciente citado na reportagem foi encaminhado para Florianópolis.

O JMais apurou que até a Polícia Militar foi chamada para intervir no caso. Um boletim de ocorrência foi registrado no qual o HSCC explica as razões para não aceitar o paciente.



PIZZA E FAKE NEWS

A atitude da chefe da UPA de negar a realidade vem na esteira da postagem da secretária de Saúde, Kátia Oliskovski, que repostou no seu Instagram a publicação de uma amiga que aparece com ela e outras pessoas em uma foto na qual escreveu: “No final tudo acaba em pizza”. Aparentemente a postagem foi feita logo depois de a secretária ter sido intensamente sabatinada sobre o contrato do Município com o Hospital Santa Cruz.

Depois da publicação desta reportagem, Tahiza apagou a postagem que acusava o JMais de publicar fake news.

- Ads -
Olá, gostaria de seguir o JMais no WhatsApp?
JMais no WhatsApp?