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2022: um ano para não se esquecer na política canoinhense

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Eleições foram apenas um primeiro movimento na direção de uma mudança

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Pode-se dizer que o ano de 2022 foi um ano histórico e turbulento em termos de acontecimentos políticos, tanto a nível federal quanto a nível local. Sendo assim, tendo por base esta afirmação, pretendo refletir brevemente no último texto deste ano, sobre o segundo ponto, a saber, os acontecimentos políticos de nível local que balançaram a região de Canoinhas, e que, sem sombra de dúvidas, alteraram toda a sua conjuntura. Dentre tantos eventos dignos de nota, dirijo minha atenção mais especificamente a sétima fase da operação Et Pater Filium, a qual pode ser considerada, em grande medida, propulsora dos demais.

Com efeito, as descobertas reveladas na manhã daquele dia 29 de março e a série de prisões efetuadas naquela mesma data, das quais se sobressaem, a do ex-prefeito Beto Passos e de seu então vice, Renato Pike, puseram fim a farra que se promovia com o dinheiro público e a um fazer político sujo, vil e desonesto, que visava única e exclusivamente os interesses particulares de seus envolvidos. Daí que por diversas vezes eu tenha ressaltado nesta coluna, esta fase da operação como o acontecimento político mais importante que nossa cidade vivenciou nos últimos tempos. Digo isso porque a mesma representou um primeiro passo para a saída de uma política antiquada e de vieses coronelescos para uma política moderna e arejada.

Neste ínterim, o povo canoinhense foi tomado, num primeiro momento, como era de se esperar, por um sentimento de indignação seguido de igual modo por um sentimento de renovação. Tais sentimentos, se traduziram perfeitamente nas eleições excepcionais para prefeito deste ano, realizado no segundo turno das eleições para presidente e governador. Nestas eleições, rejeitou-se tanto o que foi visto como “continuidade” do governo Passos na prefeitura, a saber, a figura do vereador e na época prefeito em exercício, Willian Godoy (PSD), quanto da velha oposição, representada na figura de Wilson Pereira (MDB). Queria-se realmente algo novo. Quem melhor soube entender e corresponder a este anseio dos munícipes, foram, notadamente, os então combativos vereadores da atual oposição, Juliana Maciel (PSDB) e Marcos Homer (Podemos), eleitos prefeita e vice, respectivamente.

Ainda é cedo para se assinalar qualquer afirmação a respeito do governo dos dois (que assumiram recentemente, vale dizer), no entanto, até onde se pôde observar, é notório até então o comprometimento destes com suas bandeiras de campanha – transparência, combate a corrupção e melhorias dos serviços públicos defasados pelas gestões anteriores. A ver se isso se manterá.

Seja como for, há que se destacar que tais eleições foram apenas um primeiro movimento na direção de uma mudança muito maior que deve ser operada em nossa cidade ao longo dos próximos anos. As condições para que Canoinhas se torne uma cidade desenvolvida (e ela tem potencial de o ser) começaram a se afigurar no horizonte com os desenlaces da operação et pater filium. Não podemos permitir que tais condições se percam.

Dessa forma, manifesto aqui meu desejo de que tal operação, seus resultados e consequências, não caiam facilmente no esquecimento público. O que aconteceu este ano, não pode ser uma “página virada”, como vi algumas autoridades políticas locais dizendo. Compreendo que devemos olhar para frente e pensar novos rumos, contudo, em paralelo a isso, devemos lembrar cotidianamente o que aconteceu no passado. Há que se lembrar o nome de cada um dos envolvidos, o que se fez, o que se deixou de fazer, o que se perdeu em termos de serviço público e bem estar para a população. Há que se lembrar quem se posicionou e quem se omitiu. Há que se lembrar a política que não devemos e não merecemos ter, para que Canoinhas não mais se converta em uma sala secreta de acordos escusos e práticas ilícitas. É somente a partir do vislumbre destes erros, que conseguiremos traçar um caminho para os acertos.

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