Série foi a grande vencedora do Emmy deste ano
GLORIOSA
A série Xógun: A Gloriosa Saga do Japão foi a grande vencedora do Emmy deste ano, considerado o Oscar da televisão. Disponível no Disney+, é uma produção caprichadíssima que, de fato, vai além do convencional emaranhado de produções despejadas semanalmente nos streamings.
Mais cara produção do FX (canal da Disney), a série acompanha um dos episódios mais sangrentos da história do Japão. Blackthorne (Cosmo Jarvis) – inspirado no navegador real William Adams (1564-1620), o primeiro inglês a chegar ao Japão – precisa se integrar a uma realidade estrangeira brutal, enquanto o instável governo dos cinco regentes ameaça se dividir em facções beligerantes após a morte do Taikō, o regente imperial aposentado.
Missionários católicos aumentam o antagonismo contra Blackthorne, que é protestante. E sua sobrevivência pode depender de uma aliança com Lorde Yoshii Toranaga (Hiroyuki Sanada), que, aparentemente, também foi marcado para morrer pelos políticos rivais.
Originalmente um best-seller de fama mundial (a ficção histórica de James Clavell, publicada em 1975, atingiu 15 milhões de cópias em 1990), Xógun: A Gloriosa Saga do Japão já demonstrou seu potencial para a televisão anos atrás.
Em 1980, a minissérie original da TV americana NBC, estrelando Richard Chamberlain, John Rhys-Davies, o ícone japonês Toshirō Mifune e Orson Welles como narrador, atingiu a segunda maior audiência da história da TV americana. Ela ganhou três prêmios Emmy, três Globos de Ouro e sua popularidade contribuiu para o crescimento dos restaurantes de sushi verificado naquela década, nos Estados Unidos, segundo registrou reportagem da BBC.
Em 2024, a nova série criada por Rachel Kondo e Justin Marks praticamente ignora os grandes atores, mas traz um contexto histórico ainda mais intenso, oferecendo uma rica ilustração do Japão feudal em toda a sua glória e terror. Em 1600, a dinâmica de poder mundial era muito diferente de hoje em dia.
A história é densa, pesada, exige muita atenção pra não perder o fio da meada. Pra quem embarcar nela, portanto, espere um banquete visual e uma história impressionante.