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Um novo ciclo para a democracia

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É necessário que estejamos engajados no processo democrático antes, durante e depois das eleições

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No próximo domingo, estaremos em uma encruzilhada democrática com a realização das eleições municipais. O clima é de expectativa e, para muitos, de renovação das esperanças em um novo ciclo político. Nos últimos anos, o cenário catarinense tem sido marcado por uma série de escândalos de corrupção, com a prisão de prefeitos e ex-prefeitos, o que gerou uma crise de confiança na política local. As eleições deste ano são, portanto, vistas como uma oportunidade de restauração do compromisso com as instituições democráticas, um ponto de recomeço para a vida pública municipal.

A renovação de lideranças políticas não é apenas uma troca de nomes ou de partidos, mas simboliza o dinamismo da democracia. A cada eleição, surge a oportunidade de refletirmos sobre o papel das lideranças e dos cidadãos no fortalecimento de uma sociedade mais justa e transparente.

Nos últimos anos, Santa Catarina tem testemunhado uma sequência de prisões e investigações envolvendo prefeitos e ex-prefeitos de diversas cidades. De norte a sul do estado, o envolvimento de figuras públicas em esquemas de corrupção abalou a confiança dos cidadãos nas lideranças eleitas. Em um contexto onde se espera que os políticos sejam representantes dos interesses coletivos, o uso de cargos públicos para fins privados tem causado uma desilusão profunda. Isso é especialmente preocupante nas cidades pequenas, como Canoinhas, onde o relacionamento entre os líderes políticos e a comunidade costuma ser mais próximo e, consequentemente, mais impactante.

A prisão de prefeitos e gestores, além de abalar a imagem da administração pública, impõe desafios para a continuidade de projetos e o desenvolvimento local. As instabilidades políticas geradas por esses eventos criam um ciclo de desconfiança e paralisia que afeta diretamente a população. As eleições de domingo, portanto, são uma chance de romper com esse ciclo e resgatar o papel da política como instrumento de transformação social.

Ao refletir sobre os desafios enfrentados por nossa democracia local, é interessante recorrer às ideias de Jürgen Habermas, um dos mais influentes pensadores contemporâneos sobre a democracia e o espaço público. Habermas enfatiza a importância de uma “esfera pública” na qual os cidadãos podem discutir, criticar e influenciar as decisões políticas. Essa esfera pública é fundamental para que a democracia funcione de maneira saudável e para que as decisões políticas sejam tomadas com base em um consenso racional e participativo.

Segundo Habermas, a comunicação entre os cidadãos e as instituições políticas deve ser transparente, baseada no diálogo e na troca de argumentos, e não em interesses pessoais ou partidários. Isso significa que, para que tenhamos uma democracia realmente funcional, é essencial que as eleições não sejam apenas um ritual de votação, mas um espaço de debate, onde as questões centrais para a cidade sejam discutidas de maneira aberta e honesta.

Habermas também destaca a necessidade de uma “ação comunicativa”, ou seja, o processo pelo qual as pessoas entram em diálogo genuíno, buscando o entendimento mútuo. Aplicando essa teoria ao nosso contexto local, vemos a importância de que, após as eleições, os governantes eleitos mantenham um canal aberto e contínuo de comunicação com a população, priorizando o interesse público e dando voz às demandas coletivas. Se os políticos catarinenses que forem eleitos no domingo seguirem esse caminho, poderemos ter esperança de que as feridas causadas pelos escândalos de corrupção comecem a cicatrizar.

No entanto, para que a democracia funcione da maneira que Habermas sugere, o cidadão também deve assumir uma postura ativa. Não podemos nos limitar a exercer nosso direito de voto de forma mecânica. É necessário que estejamos engajados no processo democrático antes, durante e depois das eleições. A participação nas discussões públicas, a cobrança por transparência e o monitoramento das ações dos nossos representantes são partes fundamentais de uma democracia vibrante.

As redes sociais e os novos meios de comunicação têm ampliado as possibilidades de participação cidadã. No entanto, é fundamental que saibamos utilizar essas ferramentas de maneira responsável, evitando a disseminação de informações falsas ou discursos de ódio. Melhor ainda se nem votássemos em candidatos e candidatas que propagam fake News e discursos de ódio. O ambiente digital pode ser uma extensão da esfera pública habermasiana, mas somente se for utilizado para promover o diálogo e o entendimento mútuo.

Neste sentido, as eleições em Canoinhas e em outras cidades catarinenses representam um ponto de partida para uma nova forma de fazer política, onde a participação cidadã e a transparência se tornam pilares centrais. Mais do que um simples ato de votar, as eleições de domingo podem marcar o início de uma nova fase para a política catarinense, onde as esperanças sejam renovadas e as práticas corruptas sejam deixadas para trás.

A expectativa para as eleições municipais deste domingo é alta, e não poderia ser diferente. Após anos de desconfiança gerada pelos escândalos envolvendo prefeitos e ex-prefeitos catarinenses, a população está ávida por uma mudança. Contudo, essa mudança não virá apenas da troca de líderes. Ela precisa ser construída em conjunto, por governantes que entendam o verdadeiro sentido da democracia e por cidadãos que participem ativamente do processo político.

Nesse sentido, podemos vislumbrar um caminho em que a esfera pública seja revitalizada e onde a ação comunicativa guie as decisões políticas. Só assim conseguiremos resgatar a confiança perdida e construir uma cidade, um estado, uma nação onde a política seja verdadeiramente voltada ao bem comum. Que as urnas deste domingo tragam mais do que nomes e fotos, tragam uma renovação de esperanças e o fortalecimento da nossa democracia com o compromisso coletivo.

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